ANTIACHO JOSÉ DOS
SANTOS
CORONEL ANTIACHO
*11-04-1854
†01-04-1933
O Coronel Antiacho (assim se
escrevia Antíaco na época) foi um homem muito rico. Era agropecuarista,
proprietário de muitas terras, fazendas e de diversas casas, fornecedor de empréstimos
monetários a juros, comerciante de peles e máquinas de beneficiar algodão,
comprador e produtor de algodão, comprador de ouro, exportador de café etc.
Muitas dessas mercadorias eram exportadas para a Europa. Dono de tropas de
transporte, utilizava-as em seus negócios. Dizem que ele só comprava o sal,
pois o restante era de produção própria.
Fazia parte da Associação dos
Exportadores da Bahia e recebeu, em Salvador, o título de Comendador. Era um
homem bem-sucedido e considerado o maior exportador de peles da Bahia. Coronel
Antiacho foi um homem vencedor nas áreas de sua atuação e serve de inspiração
para muitas pessoas. O sonho de todo empresário é tornar-se financeiramente
forte, e o Coronel Antiacho não fugiu a essa regra do poder econômico. Ele,
também, exerceu o cargo de Juiz de Paz da Vila Bom Jesus dos Meiras.
Antiacho
José dos Santos foi nomeado para a Guarda Nacional e recebeu o título de
Coronel-comandante, adquirido na Comarca de Caetité/BA, do recém-criado 106º
batalhão da Reserva, 55ª brigada de Cavalaria daquela Comarca, através do
Decreto 5.739, de 30 de outubro de 1905, do Ministério da Justiça e Negócios do
Interior. Esse decreto foi assinado pelo Presidente Francisco de Paula
Rodrigues Alves e referendado por J. J. Seabra.
O Coronel Antiacho – conhecido também
por Antiacho da fazenda Amargosa – nasceu em 11/04/1854, na Fazenda Cachoeira,
em Bom Jesus dos Meiras (atual Brumado). Era filho de Plácido José dos Santos,
falecido em 1888 e de D. Crescência Maria da Silva, falecida em 1907. Eram seus
irmãos: Coronel Santos, Lioba Maria dos Santos e Philomena dos Santos Azevedo.
Cursou apenas o primário, porém
possuía tino comercial. Ambicioso, trabalhava com afinco e obstinação com o
intuído de conservar a fortuna já amealhada e continuar ampliando-a.
Aos 17 dias do mês de outubro de
1881, em Bom Jesus dos Meiras, Antiacho José dos Santos, com 27 anos de idade,
e Donaciana Maria da Silva, nascida em 30 de setembro de 1859, com 22 anos,
filha do tenente Joaquim Alves da Silva e Rita Joaquina Alves da Silva, casaram-se,
perante o reverendíssimo pároco doutor Jayme Oliva, na fazenda Tamboril,
pertencente ao pai da noiva. Assinaram a certidão do casamento: Bertolino
Fernandes de Souza – escrivão de Paz –, Antiocho José dos Santos e Donaciana
Maria da Silva – a nubente, após o casamento passou a assinar Donaciana Maria
dos Santos. Testemunharam o evento o alferes Bernardino Gonçalves de Aguiar e
Norberto Gonçalves de Aguiar.
Assinou
a rogo da declarante, por não saber escrever, o senhor José Carlos da Silva e
as testemunhas João Francisco de Lima Filho e Raimundo de Cirqueira Lima.
O Casal teve nove filhos: Joaquim
Alves dos Santos, Amélia Meira dos Santos, casada com Manoel Ignácio Meira,
Jessé Alves dos Santos, Eliza Meira dos Santos, casada com Benigno dos Santos
Sobrinho, Plácido José dos Santos, Otília Meira Santos, casada com Auto Meira,
Adonias Alves dos Santos, Abias Alves dos Santos e Abel Alves dos Santos.
D.
Donaciana Maria dos Santos faleceu em 23 de novembro de 1919.
Aos 14
dias do mês de outubro de 1921, na vila do Bom Jesus dos Meiras, Comarca de
Ituassú (hoje Ituaçu), na casa do major Olegário Cotrim, aí presentes o doutor
Pompílio Dias Leite – juiz municipal –, Tibúrcio da Silva Leite Filho – oficial
do registro dos casamentos – e as
testemunhas capitão Abílio da Silva Leite e o alferes Benigno José dos Santos. O
coronel Antiacho José dos Santos.
Em
segundas núpcias, em 14 de outubro de 1921, aos 66 anos de idade tomou em
matrimônio, D. Brazilia Cotrim, nascida em 1887,com 33 anos de idade, filha do
major Olegário Cotrim e de D. Maria da Conceição Cotrim. Após o casamento
passou a assinar Brazilia Cotrim dos Santos. O Juiz assinou a ata com os recém
casados e com o oficial do registro dos
casamentos. Assinaram a certidão: Antiacho José dos Santos e Brazilia Cotrim –
nubentes –, Pompílio Dias Leite - juiz, Tibúrcio da Silva Leite Filho e as
testemunhas Capitão Abílio da Silva Leite e Alferes Benigno José dos Santos. O
casamento efetuado na Igreja Matriz do Bom Jesus, realizado pelo Padre José
Dias Ribeiro da Silva, foram testemunhas o ato religioso os senhores Abílio da
Silva Leite, Rodrigo José dos Santos.
Mais uma vez, o coronel Antiacho
ficou viúvo, com o falecimento de D. Brazilia Cotrim dos Santos, ocorrido em 9 de julho de 19 25.
O casal não chegou a ter filhos. Cinco anos depois, aos vinte e seis dias do
mês de novembro de 1930, ele, com 76 anos de idade, casou-se, em Bom Jesus dos
Meiras, pelo regime de separação de bens, com a senhorinha Julieta dos Santos
Amorim, com 20 anos de idade, filha do capitão Urbino da Silva Amorim e D. Auta
dos Santos Amorim, no arraial de Olhos D’água (hoje Itaquaraí), distrito da
Vila Bom Jesus dos Meiras, Comarca de Ituassú (Ituaçu). A cerimônia foi
realizada pelo major Wenceslau Rizério de Carvalho, primeiro Juiz de Paz em
exercício, na residência dos pais da noiva. Assinaram a certidão de casamento:
Sebastião Urbino da Silveira – escrivão de Paz e oficial do registro civil –,
Wenceslau Rizério de Carvalho, os nubentes Antiacho José dos Santos, viúvo de
Dona Brazilia Cotrim dos Santos, com Julieta dos Santos Amorim, perante as
testemunhas: Coronel Deolino Alves de Carvalho e o major Abílio da Silva Leite.
Com relação à política, era apenas
eleitor observador, não participava dessa instituição. O seu pendor era obter
êxitos nos seus empreendimentos, acumular fazendas, ouro, gado e casas,
tornando-se Coronel famoso pela qualidade de rico. Passear a cavalo era uma de
suas predileções. Sempre teve em mente que não se deve gastar mais do que se
ganha, e assim formar uma economia para desfrute na idade provecta. Cultivava
para preservar a nobreza da família e tinha orgulho dessa posição social.
Apaixonado por cavalos, colecionava
os da raça marchador. Os animais eram oriundos da Fazenda Favacho, localizada
em Caxambu, no sul de Minas Gerais, de propriedade do destacado criador de
cavalos marchadores, influente político e seu amigo íntimo, José Frausino
Junqueira, com quem mantinha negócios. Mantinha-os também com o irmão deste,
Gabriel Francisco Junqueira (Barão de Alfenas).
Por intermédio da família Junqueira,
com quem mantinha grande amizade, recebeu da Coroa Portuguesa várias Sesmarias
(terras incultas doadas pelo Rei de Portugal a quem se dispusesse a cultivá-las)
que deram origem ao seu latifúndio, tornando-se o maior latifundiário do sudoeste
da Bahia.
Homem de excelentes referências de
bom comportamento, tinha como amigos: Coronel Zeferino Correia, Juvino
Oliveira, Benigno Santos, Zizio Mendes, José Frausino Junqueira, João Bráulio
Junqueira, entre outros.
Dentre muitas fazendas, possuía a
São Domingos no município de Vitória da Conquista, que deu origem à cidade de
Barra do Choça; a fazenda Itatinga na região de Itambé, que deu origem à cidade
de Itapetinga; Cachoeira, Amargosa, Mulungu, Lagoinha, Inchu, Salininha, Lagoa
do Buraco, Água Boa, Fazenda Nova, Lagoa Redonda, Fundão, Landim, Tamburi,
Veados, Formoso, Tabas, Barra da Onça, Arrecifinho, Tocão, Massaranduba, dentre
outras no distrito de Brumado. Vivia na fazenda Amargosa com a família, com
quem mantinha uma relação harmoniosa.
Notabilizou-se também como
exportador de café e peles para a Europa. Importava arame farpado e ferramentas
agrícolas da Bélgica e da Alemanha e possuía vários depósitos no porto de
Salvador.
Foi homenageado pela Prefeitura
Municipal de Brumado, que deu o seu nome a um logradouro no centro da cidade –
a Travessa Coronel Antíaco.
Antiacho José dos Santos faleceu em
01 de abril de 1933, na vila de Brumado, comarca de Ituassú (Ituaçu), sendo
declarante do óbito Plácido José dos Santos, portador de atestado do Dr. Mário
Meira, médico assistente, que declarou: “Sob os meus cuidados, faleceu, em sua
residência na fazenda Amargosa, de infecção urinária, aos 79 anos de idade, o
fazendeiro e coronel Antiacho”. O corpo está inumado no cemitério municipal de
Brumado Senhor do Bonfim.
Antonio
Novais Torres
Brumado,
27/02/2014.
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