BIOGRAFIA
ALOISIO DE
CASTRO GOMES
*14-08-1909
†28-09-1983
Aloísio de Castro Gomes nasceu na cidade de Caetité-BA, em 14
de agosto de 1909. Era filho de Miguel Liberato Gomes (natural de Guanambi-BA)
e de Maria da Conceição de Castro Gomes (natural de Caetité). Tinha seis
irmãos: Eufrázio, Eunice, Hélio, Elza, Dalva e Cleófano. Com exceção de Dalva,
os outros cinco irmãos morreram ainda jovens, por problemas de saúde.
Sua
infância e adolescência foram vividas na cidade de Caetité, onde estudou, tendo
completado apenas o curso primário. Não deu continuidade aos estudos, pois
começou a trabalhar muito cedo, ajudando o seu pai em um armazém comercial. No
final da década de 20, ainda jovem, foi para a cidade de Salvador-BA, onde
trabalhou como comerciário em uma tradicional empresa daquela cidade.
Posteriormente,
na década de 30, abraçou a profissão de “caixeiro-viajante” (antiga profissão
de uma pessoa que vendia produtos variados, deslocando-se de um lugar para
outro – nome atribuído ao representante comercial de hoje), trabalhando para a
empresa de Lucílio Castro, sediada na cidade de São Félix-BA. Exerceu essa
profissão durante 18 anos, quando viajava por várias cidades do interior da
Bahia, especialmente da Chapada Diamantina, transportando os produtos que
vendia em lombos de animais de carga (tropa), época em que não havia facilidade
de transporte entre as cidades. Costumava relatar, em prosa com amigos, que
alimentava os animais com rapadura e milho, a fim de que eles ficassem
fortalecidos para enfrentar as longas viagens e subir as grandes serras
encontradas pelo caminho.
Em
uma de suas passagens por Brumado, em fins da década de 30, conheceu Celuta
Gondim Meira, a filha mais velha do médico Dr. Mário Meira e de Esther Gondim
Meira. Celuta era Farmacêutica formada pela Faculdade de Medicina da Bahia na
cidade de Salvador-BA.
O
romance com Celuta resultou no casamento em 18 de maio de 1940, ele com 31 anos
de idade, ato celebrado pelo recém-chegado Padre Antônio da Silveira Fagundes na
Igreja Matriz de Brumado, quando ela passou a assinar Celuta Gondim Meira de Castro.
Servira de testemunhas do evento Abilio da Silva Leite e Mário Meira. Morava
com o seu pai, irmãos e a madrasta Iônia dos Santos Azevedo Meira (segunda
esposa de Dr. Mário), na rua que leva hoje o nome de seu pai: Rua Dr. Mário
Meira.
Dessa união, nasceram os cinco filhos: Márcio
Meira de Castro Gomes (1944), professor aposentado da Escola Técnica Federal do
Estado da Paraíba, casado, pai de cinco filhos; Ivan Meira de Castro Gomes (1945),
médico, casado com a médica Doralice Pinheiro de Castro Gomes, pai de quatro
filhos; Ivana Meira de Castro Gomes, gêmea de Ivan, solteira, funcionária
pública federal aposentada; Aloísio Henrique Meira de Castro Gomes (1948),
advogado e comerciante aposentado, casado com a professora Gilca Santos de
Castro Gomes, pai de uma filha; Maria Luíza de Castro Sampaio (1950) professora
aposentada, casada mãe de três filhos.
Como
chefe de família, Aloísio Castro sempre foi um bom esposo e um pai amigo e presente.
Nunca deixou faltar nada para a sua família, nem mesmo nos tempos difíceis, quando
viajava a serviço, deixando D. Celuta sozinha com os filhos ainda pequenos. Pai
extremado, sempre foi muito rigoroso e exigente na educação dos filhos. A sua maior
preocupação era dar-lhes o que ele não pôde ter: uma formatura. Os filhos
homens, quando foram estudar em Salvador, em 1962, inicialmente moraram em uma
pensão. Quatro anos depois, ele vendeu uma pequena fazenda em Brumado e, com
muito esforço, comprou um apartamento na capital. A sua intenção era dar mais
conforto aos filhos, pois estava perto o momento em que as suas filhas
deveriam, também, ir estudar na capital. Como todo pai que ama a família, a sua
maior alegria foi ver todos os filhos formados, sem nunca lhe causarem desgosto
ou problema.
Após
o casamento (1940) e ainda como viajante, residiu nas cidades de São Félix,
Cachoeira, tendo como última residência fora de Brumado a cidade de Salvador-BA,
onde nasceram todos os seus filhos. Deixou de viajar e, no ano de 1949,
estabeleceu-se na cidade de Brumado, residindo com sua família na Rua Cel.
Tibério Meira, ao lado da casa do seu sogro Dr. Mário Meira (onde hoje
funcionou o Supermercado Carvalho).
Nesse
mesmo ano, a empresa Magnesita S/A, fundada em 1940, dava os seus primeiros
passos no caminho da industrialização, já contando com um grande número de
operários. Entretanto, não dispunha de uma cooperativa e nem de um fornecedor
de gêneros alimentícios e de outros produtos que atendessem às necessidades dos
operários. Aquele foi o momento propício para Aloísio Castro abrir um comércio
na Vila operária de Catiboaba e iniciar a sua vida de empresário.
Então,
fundou a empresa Aloísio Castro e Cia., aberta na Vila operária de Catiboaba. Era
uma Sociedade de Capital e Indústria (conforme Contrato Social de 03 de janeiro
de 1949), da qual ele era o sócio capitalista e José Correia, de Contendas do
Sincorá-BA, participava da sociedade com o trabalho (sócio trabalhista). A
empresa dedicava-se ao comércio varejista de tecidos, miudezas, calçados,
chapéus, estivas, secos e molhados, dispondo, inclusive, de padaria, com a
finalidade de suprir as necessidades dos operários, não só na Vila de
Catiboaba, como também da Vila de Pedra Preta, onde, também, abriu um pequeno
armazém.
Apesar
da pouca escolaridade, sempre foi dotado de um grande tino comercial. A sua
convivência, desde jovem, com o comércio contribuiu para aumentar o seu gosto
por essa atividade profissional. Aloísio tinha uma habilidade peculiar para
convencer os seus clientes a comprarem os seus produtos, com argumentos
característicos.
Em
1952, retira-se da sociedade, amigavelmente, o sócio José Correia, sendo
admitida Celuta Gondim Meira de Castro. Em 1955, mudou a sede do seu comércio
para a cidade de Brumado, estabelecendo-se em um ponto comercial na antiga
Praça Coronel Santos, hoje Praça Armindo Azevedo, local onde funcionava o bar
de Chiquinho Gavião, pessoa bastante conhecida na cidade. O objetivo da
sociedade continuou o mesmo, mantendo o comércio da Vila de Catiboaba como
filial até 1958. Depois a indústria Magnesita S/A implantou a própria
Cooperativa.
A
sociedade continuou sob a mesma razão social, Aloísio Castro & Cia. Além da
sua esposa, passou a integrar a sociedade, em 1955, o seu cunhado Dr. Délio Gondim
Meira, com Alteração Contratual datada de 08 de julho de 1955. Em 1960, a
empresa sofreu mais uma Alteração Contratual, passando a ser uma Sociedade por
Cotas de Responsabilidade Limitada, com a razão social de ALOISIO CASTRO &
CIA LTDA., e o nome fantasia de LOJA CASTRO, continuando com os mesmos sócios.
Em 1972, passou a integrar a sociedade o seu filho mais novo Aloísio Henrique
Meira de Castro Gomes, recém-formado em Bacharel em Direito, na cidade de
Salvador-BA.
Pela alteração contratual de 10 de setembro de
1986 (Registro JUCEB nº 138.653 de 13-11-1986), é admitida na sociedade Maria
Luíza de Castro Sampaio. Pela Alteração Contratual Nº 31, de 12 de novembro de
2003 (Registro JUCEB nº 96500840 de 02-02-2004), retira-se da sociedade a sócia
Maria Luíza de Castro Sampaio e é admitida como sócia Gilca Santos de Castro
Gomes. Em 11 de agosto de 2004, através de distrato, ocorreu a extinção da
empresa Aloísio Castro & Cia Ltda. (Registro JUCEB nº 96563727 de
27-09-2004).
No
âmbito social, foi um dos fundadores da Loja Maçônica “Aliança Sertaneja
Baiana”, em 1952; do Rotary Clube de Brumado, em 1964 e do Clube Social,
Cultural e Recreativo de Brumado, em 1972. Conquistou muitos fregueses e
amigos, sendo tratado pelos mais íntimos pela alcunha de “Barão”. Além da
família, a sua maior riqueza foi ter conquistado tantos amigos, não só na vida
social como no comércio, independentemente de política, religião ou condição
social.
O
seu envolvimento na política resumia-se no direito de votar. Como eleitor livre
e independente, sempre acompanhou o PR (Partido Republicano) liderado, na
época, por Armindo dos Santos Azevedo, sogro do seu sócio e cunhado Dr. Délio
Gondim Meira. Tempos depois, após as reformas político-partidárias do país,
manteve a mesma linha política, acompanhando a antiga ARENA, partido político
comandado pelo seu amigo Dr. Juracy Pires Gomes, sucessor indicado pelo
prefeito Armindo dos Santos Azevedo.
Apesar
de não ser praticante, a sua religião era a Católica, nunca deixando de fazer,
em casa, as suas orações. Gostava muito de ir aos domingos, apenas para
descansar, para uma pequena fazenda de sua propriedade, onde plantava palma e
criava algumas vacas leiteiras. Um dos seus principais hobbies era jogar dominó com os amigos, com mais frequência em sua
residência ou, às vezes, na fazenda.
Apesar
do pouco estudo, era uma pessoa sempre atualizada em vários assuntos, como
política, história, problemas econômicos e sociais da época. Concorreu para
isso o fato de gostar muito de ler jornais, ouvir noticiários, ler livros de
seu interesse, tendo um grande predileção pela leitura de livros que tratassem da
doutrina Espírita.
Além
de ter sido um bom esposo e pai, também foi um bom filho. Na década de 40, por
causa dos problemas de saúde, ele levou seu pai de Caetité para Salvador, de
avião, para amputar uma perna. Em seguida, trouxe os seus pais para residirem
em Brumado, em uma casa anexa ao seu comércio aberto na Vila de Catiboaba.
Naquela época, só tinha uma irmã viva, já casada, que residia na cidade de
Salvador, sendo ele o único filho que poderia amparar os pais, dando-lhes uma
melhor assistência.
Quando encerrou as atividades comerciais na
Vila de Catiboaba, entre 1957 e 1958, trouxe os pais para morar em Brumado, na
Rua Joana Angélica. Com a morte do pai, a sua mãe passou a morar em sua
residência na Rua Cel. Tibério Meira. Ambos faleceram na década de 60.
Aloísio
Castro conviveu com a sua esposa durante 43 anos. Não conseguiu celebrar as
Bodas de Ouro. Entretanto, em 1965, comemorou, em sua residência, as Bodas de
Prata (vinte e cinco anos de casados) ao lado dos parentes e amigos.
Aposentou-se como comerciante e, mesmo com
problemas de saúde, continuou trabalhando em seu estabelecimento comercial
durante alguns anos. O comércio era a sua vida. Entretanto, não conseguiu
vencer a enfermidade e o agravamento da doença resultou no seu falecimento em
28 de setembro de 1983, numa quarta-feira, em sua residência, aos 74 anos. Foi
declarante do óbito o Dr. Délio Gondim Meira. O óbito foi atestado pelo médico Dr.
Fernando Luiz Gonçalves Trindade. Foi sepultado às 09 horas do dia
seguinte, no cemitério Senhor do Bonfim, após missa de corpo presente,
celebrada em sua residência pelo Monsenhor Antônio da Silveira Fagundes, e, cerimônia
fúnebre oficiada pelos seus irmãos da Loja Maçônica “Aliança Sertaneja Bahiana”,
da qual era decano e membro honorário. No seu velório e sepultamento, além dos
amigos e parentes, fez-se presente a Magnesita S.A. representada pela direção
local em homenagem ao colaborador do passado.
Embora
fosse natural de Caetité, amava a cidade de Brumado como se aqui tivesse
nascido. O município homenageou-o dando o seu nome a um logradouro da cidade,
no bairro Dr. Juracy Pires Gomes. Aloísio de Castro Gomes, um dos mais antigos
e ilustres comerciantes de Brumado, era um homem trabalhador, competente, hábil,
com capacidade profissional e instinto de um vendedor nato. Doou a sua vida à
família e aos negócios, propiciando aos filhos a ventura da formação acadêmica.
Os
dados para construção desta biografia foram fornecidos pelo filho Aloísio
Henrique Meira de Castro Gomes, a quem creditamos o mérito e agradecemos a
colaboração.
HISTÓRICO
DE DATAS:
Dr.
Mário Meira:* 28/01/1880† 25-04-1954;
Esther
Gondim Meira:* 04/06/1884 †04/10/1921;
Dr. Mário Meira casou-se em segundas
núpcias com Iônia dos Santos Azevedo: em 30/12/1922 e passou a assinar Iônia
Meira.
Iônia*
26/02/1901 † 25-04-1963;
Celuta
Gondim Meira de Castro:* 25/12/1911† 08-04-1997.
Antonio Novais
Torres
Brumado, em
01/02/2013.
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