ALBERTINO
MARQUES BARRÊTO
*08/05/1902†19/09/1983
Albertino Marques Barrêto
nasceu na cidade de Ladário um município situado na região Oeste do Estado de
Mato Grosso do Sul, às margens do Rio Paraguai, em 08/05/1902. Era filho de
Joaquim Marques Barrêto e D. Maria Cândida Barrêto. Irmãos: Joaquim, Maria
Cândida, José Filho, Anita, Manoel, Francisca e Antônia. Seus avós: Joaquim
Marques Barrêto e Maria Cândida Barreto; José Joaquim dos Santos e Cândida
Maria dos Santos.
Trabalhou na Rede Ferroviária
Brasileira. Primeiramente como maquinista,
quando sofreu um acidente, caindo na caldeira da locomotiva a vapor, conhecida
por maria-fumaça, e queimou-se (usava camisa de mangas compridas para ocultar
as lesões sofridas no acidente). Depois, como telegrafista.
Percorreu várias cidades
(principalmente dos estados de (MT/MS/SP/BA), em função do seu exercício
profissional. Esteve na Bolívia para fazer curso visando ao aprimoramento no
seu trabalho na Rede Ferroviária Brasileira. No seu retorno, veio para a Bahia,
onde conheceu Maria Roza dos Santos, com quem se casou.
Maria Roza dos Santos era
natural de Barra da Estiva e filha de José Joaquim dos Santos (Jó) e Cândida
Maria dos Santos. Viúva de Cassiano José Ribeiro originário de Barra da Estiva.
Contraiu segundas núpcias com Albertino Marques Barrêto. Casaram-se em Caetité,
quando ela passou a assinar Maria Roza dos Santos Barrêto. Ela era proprietária
de uma padaria (herdada do pai) e, a partir do casamento, passou a ser
conhecida como Maria de seu Albertino. Teve com ele os seguintes filhos:
Albertino Filho (16-04-49), Luiz Carlos (24-08-1951), Marizete (09-05-1953),
Scheilla (30-08-1955) e Célia (15-11-1957).
Aficionado pelo futebol, foi
um dos fundadores da Liga Brumadense de Futebol, da qual foi presidente, vice-presidente,
diretor de Esporte e Árbitros, secretário, fundador do Clube Santa Cruz que
defendia o Bairro “Tanque do Governo” e presidente do Esporte Clube Palmeira.
Inicialmente reuniam-se no Centro Espírita Fraternidade, por deliberação da
diretoria da entidade.
Assumiu o cargo de vereador na
qualidade de 3º suplente em 17/04/1965, tendo
em vista que o 1º e 2º suplente se recursaram a assumir o cargo vago com a
renúncia do vereador Mário Joaquim Martins (UDN), no governo do prefeito
Armindo dos Santos Azevedo.
Elegeu-se vereador em Brumado
pela ARENA, em 15 novembro de 1966, com 184 votos, para o período de 01-02-1967
a 31-01-1971, no governo do então prefeito Juracy Pires Gomes. De 1969 até
1971, não percebeu subsídios por força do Ato Institucional nº 07 de 26 de
fevereiro de 1969.
Sua atividade parlamentar foi
intensa. Estes foram alguns dos projetos e indicações de Albertino Marques Barrêto
no período de sua vereança: solicitou auxílio para a Liga Desportiva
Brumadense; por meio da Indicação 16/67, sugeriu a construção de um albergue
noturno; comunicou à casa parlamentar que, em 08/06/1968, realizar-se-ia, no
Centro Espírita Fraternidade, a primeira concentração espírita de Brumado.
Foi o autor do PL nº 176/68, denominando Alan
Kardec a então rua Tiradentes; apresentou moção de confiança ao prefeito Juracy
Pires Gomes e moção de pesar pelo falecimento do comerciante Francisco Ramos da
Silva – Chiquinho Gavião –, em 06/10/1968; indicou ao prefeito a criação de uma
secção de informação e reclamação pública; solicitou à Câmara o encaminhamento
ao Governador do Estado do pedido de um curso técnico contábil anexo ao Ginásio
General Nelson de Melo. Essa solicitação fora firmada por vários estudantes do
curso noturno; solicitou do Executivo, por meio de ofício, o fornecimento aos
trabalhadores da limpeza, a título de gratificação natalina, de uniforme
completo, inclusive botinas, já que não percebiam o Abono de Natal; apresentou
pedido de colaboração de todos os poderes para a estadualização do ginásio, a
fim de solucionar as difíceis situações educacional e financeira em que se
encontrava a instituição; fez a indicação 85/69, solicitando ao chefe do
Executivo destinar verba para a Fundação Hospitalar de Brumado para cobrir deficit da instituição; solicitou
melhorias na educação do bairro São Félix, com voto de louvor e homenagem às
professoras Celeste Ávila de Magalhães Souza e Terezinha Marques de Souza
(Tereza Souza) pelos serviços educacionais prestados àquele bairro.
Sugeriu, com o apoio dos
colegas, a realização de competições esportivas para angariar recursos para a
Fundação Hospitalar de Brumado, por se encontrarem as obras paralisadas; fez
indicação ao chefe do Executivo para pleitear ao Governador do Estado a
construção de uma rodoviária no terreno destinado aos jogos esportivos, tendo
em vista a construção de um novo estádio no Campo de Aviação. Foi escolhido
pela bancada da ARENA como seu líder; foi membro das Comissões: de Constituição
de Justiça e Redação de Leis, de Finanças e de Higiene e Estatística. Segundo
informações, que podem não ser verossímeis, também foi candidato pelo PCB a
deputado estadual, quando residia em Urandi, localidade onde trabalhou.
O Centro Espírita Fraternidade
(CEF) foi fundado em 31-01-1954, por membros da sociedade espírita de
Brumado-BA. Dentre eles, destaca-se o senhor Albertino Marques Barrêto. A
entidade encontra-se localizada na Rua Allan Kardec, nº 68 e promove diversas
atividades sociais e beneficentes. Albertino é considerado o fundador do
espiritismo em Brumado. Também fundador do Ambulatório Médico Bezerra de
Menezes em 1957.
O Centro Educacional Divaldo
Pereira Franco (CEDPF), fundado em 31/01/1994, foi idealizado pelo senhor
Albertino Marques Barrêto. Em sua homenagem, foi fundada a Sociedade Espírita
Albertino Marques Barrêto (SEAMB), em 06 de dezembro de 1987, cuja sede está
localizada na Rua Sandra Batista S. Medeiros, nº 8, URBIS I (antiga Rua “A” do
Conjunto Habitacional Brumado I). Também o seu nome foi dado a uma Rua no
Bairro Olhos D’água, com aprovação, por unanimidade, dos votantes.
Ele foi um dos fundadores do
Sindicato Rural, para o qual providenciou toda a documentação. Ali trabalhou
como assessor, fez consultorias e redigiu várias atas sem, contudo, ser
funcionário registrado na instituição, era um voluntário.
Albertino Marques Barrêto
cursou o segundo grau completo e era um homem esclarecido, grande leitor, um
intelectual. Comunista pertencente ao PCB e espírita convicto ativo, simples e
de boa conduta, só praticou o bem. Foi exemplar no exercício de seus misteres e
bom pai de família. Bater papo com os amigos, colhendo e emitindo opiniões
sobre os assuntos ventilados, era um dos seus passatempos preferidos.
Parece ter sido o único
comunista que se declarou espírita. Alimentava o seu espírito através da
Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec (pseudônimo). A população,
erroneamente, acreditava, ou acredita que comunista era ou é ateu. Vejam o que
disse o poeta mais popular do Brasil, Patativa do Assaré, em versos extraídos
de cordéis de sua autoria sobre o fato político: “Quem apoia o comunismo/ gosta
do diabo também”, “O comunismo Fatal/ não queremos no Brasil”, “O regime
comunista/é contra a religião”, “Na doutrina de Lenin/só reina a imoralidade”.
Essa era a visão deturpada por meio da qual, antigamente, se conceituava o
comunismo.
O preito ao Sr. Albertino
estendeu-se a membros de sua família. A professora Scheila Barrêto Spínola
Santos (falecida), sua filha, foi homenageada nominando uma escola de destaque
da sede do município. A SEAMB homenageou Maria Rosa dos Santos, sua esposa, com
uma escola de evangelização na sede da entidade, no bairro da URBIS I.
Albertino faleceu em 19-09-1983,
com 81 anos, e teve o óbito atestado pelo médico Geraldo Leite Azevedo. Foi
enterrado no cemitério municipal Senhor do Bonfim. Maria Roza dos Santos Barrêto
faleceu em 02/10/1990, com 74 anos. Também está sepultada no cemitério
municipal Senhor do Bonfim. O óbito foi atestado pelo médico Ivan Meira de
Castro Gomes, sendo declarante a filha Scheilla Barrêto.
Antonio Novais Torres
antorres@terra.com.br
Brumado, em 17/12/2012.
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