ADALBERTO GOMES
PRATES
⃰ 12/11/1926†?
Adalberto Gomes Prates, quarto filho
da prole de oito irmãos, nasceu no distrito de Laços/Ituaçu, no dia 12 de
novembro de 1926. É filho de Guilhermino Gomes Prates, natural de Mucugê/BA e
Corina Amélia Prates, natural do distrito de Laços, Ituassú, (Ituaçu), nascida
em 20 de janeiro de 1918 e dedicou toda a sua vida ao cônjuge e aos filhos. São
filhos do casal: Agenor, Maria de Lourdes, Sebastião, Adalberto (biografado)
Armando, Leonor, Elza e Mario Gomes Prates.
Iniciou os estudos aos sete anos de idade, com
a professora pública estadual Elza dos Santos Rebouças, natural da capital do
Estado, onde residia até ser nomeada para assumir a cadeira do ensino primário
no distrito de Laços/Ituaçu. O transporte de Salvador para o distrito de Laços,
um percurso de 700 km, fazia-se por trem de ferro até Contendas do Sincorá,
última estação ferroviária (ferrovia em construção) e daí em diante, de cavalo,
em uma estrada carroçável, de condições precárias até o seu destino.
No período de férias, os pais dos
alunos se cotizavam e pagavam uma professora leiga, particular, senhora Maria
Clara Rocha (Clarinha), para ministrar o ensino aos meninos.
Trabalhou com o pai no município de Ituaçu,
quando tinha 13 anos de idade em sua casa comercial de secos e molhados e tinha
a incumbência de levar para a família os gêneros alimentícios destinado aos que
ficaram no distrito de Laços, posteriormente, acompanhou o pai com a família
para Várzea Queimada no mesmo município.
Além de ajudar o pai no comércio,
ajudava-o também nas despesas. Fabricava e vendia alpercatas, valises, malas,
rédeas, cabrestos e arreios (acessórios para montaria), gerando um bom lucro.
Em uma fábrica de sandálias desativada na cidade de Brumado, Adalberto comprou
o estoque remanescente, fazendo um bom negócio que lhe proporcionou um
excelente resultado financeiro.
Aprendeu a tocar sanfona de oito
baixos. Lembra-se de um senhor da relação familiar, de nome Emídio, que dizia:
“Esse menino ainda vai tomar conta de uma caixaria (profissão de caixeiro) na
cidade grande, pela sua diligência”.
Em 1945, o pai comprou uma
propriedade no lugar denominado Ladeira, distante 5 km de sua casa comercial,
para onde a família se mudou. Curioso e esperto, no lugar onde residia, somente
ele sabia dar nó em gravatas. Arriscou-se, também, na arte de
cabeleireiro e, por ter a mão boa para cortes (segundo as clientes), fazia muito
sucesso com as mulheres. Exercia essa atividade amadorística, com oficina de
trabalho improvisada embaixo de uma árvore frondosa localizada em frente à sua
casa, sem cobrar pelo serviço executado, apenas pelo prazer de ser útil. Em
troca, recebia um “muito obrigado” ou “até logo”.
Nessa época, conheceu a casimira Aurora,
o tropical Inglês, o chapéu Panamá e o linho diagonal York Street, todos
importados. Muitos de seus conterrâneos faziam uso desses produtos em ocasiões
especiais. Lembra-se de um senhor afrodescendente, apelidado de Coqui, nome que
o identificava, proprietário de um carro de bois de aluguel que, nos dias
festivos, apresentava-se trajado a rigor, com indumentária de linho branco,
chapéu Ramenzoni3xis.
Em 1950, com 24 anos de idade,
deixou a sua terra natal com destino à Vitória da Conquista, em busca de novos
estudos e melhores condições de vida. Fez o percurso de 185 km em carroceria de
um caminhão, em uma estrada de terra e cheia de curvas. A distância causou-lhe
grande saudade do seu lugar, dos pais e dos amigos.
Em Vitória da Conquista,
deslumbrou-se com a iluminação elétrica que, até então, não conhecia.
Encontrou-se com os primos amigos: Walter Gomes de Miranda e suas irmãs
Iracema, Alice e Maria Augusta (Mariquinha), filhos da sua tia Dina Prates de
Miranda, todos seus conterrâneos. Conheceu também o senhor Cid Magalhães
(auditor fiscal do Estado) e sua irmã Hélia Magalhães (†04/02/2010), amizade
que durou 64 (sessenta e quatro) anos.
Quando
sua filha Célia Regina foi estudar em Vitória da Conquista, no Instituto São
Tarcísio, recebeu deles um convite para que ela fosse morar com eles em sua
casa, onde desfrutou excelente acolhida, gesto que jamais se esqueceu. Por
gratidão e em nome da amizade, deu-lhes para batizar a filha caçula, Cleide,
portanto, além de amigos e compadres, consideram-se irmãos.
Em Conquista Adalberto visitou o
conterrâneo Vespasiano Dias, cirurgião dentista, cujos pais Guilhermino Gomes
Prates e Coronel Minervino Dias, pai de Vespasiano, as famílias mantinham
tradicional relação de amizade. Nesse encontro, em seu gabinete dentário, dele
recebeu um escrito de apresentação endereçado ao professor Everardo Público de
Castro, Diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC),
oportunidade em que matriculou-se naquela escola profissionalizante que lhe proporcionou
importantes aprendizados.
Em 25 de janeiro de 1954, foi ao Rio
de Janeiro a convite do tio Agenor Gomes Prates. Lá, de 28 de fevereiro a 2 de
março teve a oportunidade de presenciar o Carnaval carioca e apreciar
todas as suas liberdades e sensualidades expostas e, para ele, desconhecidas. O
impacto causou-lhe estranheza por não estar acostumado àquele comportamento
liberal e libertino da cidade “civilizada”.
Em maio de 1955, matriculou-se no
curso de Química Industrial, a distância: Instituto Científico de Química
Industrial do Rio de Janeiro, reconhecido pelo Ministério da Educação, com
especialidade em bebidas, o qual contava com vários professores de alta
competência sob a orientação do diretor Dr. Armando Schepis.
Em 1958, concluído o curso de
química, escolheu a cidade de Brumado, onde montou a primeira fábrica de
bebidas com destaque para o Vinho de Jurubeba Lobo e o Vermouth Rozano, carros-chefes
de venda da indústria. Essa fábrica foi a pioneira na cidade e mereceu a visita
de várias pessoas, inclusive entrevista de estudantes do Ginásio General Nelson
de Mello, os quais elogiaram os produtos com a aprovação pela sua excelente
qualidade.
“Era nosso vendedor, nessa época, o
senhor Sílvio José Pereira Franco, que posteriormente tornou-se proprietário da
indústria”. A indústria de bebidas tinha como clientes comerciantes de São
Félix e Cachoeira no recôncavo baiano, Montes Claros em Minas Gerais e, no
Oeste do Estado da Bahia, Boquira, Oliveira dos Brejinhos e Ibotirama. As
entregas em cidades circunvizinhas eram feitas com um velho caminhão Chevrolet
com defeito na ignição, dirigido pelo senhor Joaquim ‘Retratista’ que o deixava
sempre engrenado e em lugar com declive para facilitar a partida.
”Certa feita, o garoto Washington Fernando
Franco, travesso, entrou no caminhão e o desengrenou. O veículo desceu a
ladeira e derrubou um poste de luz. O prefeito da época, o amigo Manoel
Fernandes dos Santos, autorizou um funcionário responsável pelo setor a
substituir o poste sem ônus”.
No dia 15 de fevereiro de 1959, o
empresário Adalberto, homem de visão futurista, acreditando no potencial de
Brumado, edita o primeiro jornal da cidade com o título ‘O Jornal de Brumado’,
trazendo uma gama diversificada de notícias, entre outras, por exemplo, o Carnaval
realizado no Clube Social de Brumado, com destaque para a eleição e coroação da
Rainha e das Princesas, respectivamente Nely dos Santos Azevedo, Maria Helena
Viana Machado e Alaíde Santana. Por questões de custo/benefício, o jornal não foi
avante, ficou apenas na primeira edição.
Em
02 de setembro de 1962, com residência própria, casou-se com a professora Maria
de Lourdes Prates, filha do Major Antonio Xavier Prates e dona Alice Rizério
Prates, com quem teve quatro filhos: Adalberto Júnior, Célia Regina, Elizabeth
e Cleide.
Por problemas financeiros e
econômicos, na época, arrecadou as suas economias e mudou-se para Vitória da Conquista
com a mulher e o filho primogênito Adalberto Júnior de quatro meses e foram
morar em um quarto de um pensionato. Daí, trilhou novos caminhos.
Em 1968, montou a primeira casa de
móveis e eletrodoméstico, com fabricação de colchões de molas, com o nome
fantasia ‘Simperbel Móveis’, cujo significado era ‘Simplicidade, Perfeição e
Beleza’. Inteligente e talentoso construiu várias casas e as revendia,
perspicácia de empreendedor.
Em 2003, apresentou ao poder público
constituído, através de políticos locais, um Mapa Rodoviário de sua confecção
anexo a um pedido de construção de uma rodovia de Brumado até Salvador via
Maracás, que encurta a distância em 200 km. Parte dessa estrada já se encontra
pronta e conecta-se com a BR-116 em Milagres.
Levou ao conhecimento do Poder Público
Municipal a necessidade de se edificar uma estátua do Cristo Redentor,
porquanto Brumado é uma cidade cuja origem é de católicos professos. Ele
sugeriu, ainda, depois de seus estudos da numerologia, a mudança do nome de Brumado
para Minápolis, que condiz melhor com a vocação da região.
Adalberto Gomes Prates, por méritos
pelo que já fez em Brumado e por mourejar nesta cidade, por muitos anos, da
qual tanto se orgulha, merece o reconhecimento de filho adotivo da terra.
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Fontes:
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Os dados desta biografia foram fornecidos pelo
biografado, a quem creditamos os méritos e agradecemos pela colaboração.
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Pesquisas realizadas referentes ao currículo do
biografado.
Antonio
Novais Torres
Brumado,
em 21/11/2014.
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