domingo, 13 de março de 2016

ALBINO VIANA


ALBINO VIANNA
*27/09/1891
†10/06/1981
            Rio de Contas, cidade baiana, localizada na região da Chapada Diamantina, foi a primeira cidade planejada do Brasil. O município preserva o traçado antigo, apresentando praças e ruas amplas, calçadas com pedras rústicas, igrejas barrocas, monumentos públicos e religiosos em pedra e casarios em adobe. Cidade histórica, celeiro de artesãos. É tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
             Nesse ambiente bucólico que, em 27 de setembro de 1891, nasce mais um artista: Albino Vianna, filho de Elyseo Rodrigues Vianna e Sergia da Silva Vianna, tendo como avós paternos Zeferino Rodrigues Vianna Fedegôso e Maria Magdalena de Miranda Vianna, e maternos, Antonio Mandinga da Silva e Anna da Silva Brito.
            Em Rio de Contas, onde viveu até a adolescência, Albino desenvolveu suas habilidades de artesão nato, revelando toda a sua criatividade, fruto da força de vontade que lhe era peculiar. Sr. Beninho, como era chamado pelos mais íntimos e queridos, era um autodidata. Estudou e pesquisou as ligas metálicas, processos indispensáveis na fabricação de peças para caçambas, peças para montaria − artefatos para animais − bridas, esporas, freios etc., entre outros.
            Estudioso, leitor interessado e curioso consertava relógios e dedicava-se à manufatura, recuperação e reforma de joias. Utilizava o ouro para realizar o engaste de pedras preciosas e semipreciosas, moldando-as e lapidando-as para a montagem final das peças. Como pessoa polivalente, confeccionava não só aliança, anéis e coroas dentárias, mas também peças feita sob encomenda e outros artigos de sua lavra e larga imaginação. Tudo isso realizado com ferramentas e equipamentos diversos, muitos deles de sua própria invenção.
             Transformava o ouro de 24K (puro) em 20, l8 e 14 quilates, adicionando metais como prata, cobre, fundindo-os até chegarem ao quilate desejado. Usava uma solução ácida para classificar as peças que eram avaliadas de acordo com o seu grau de pureza. Através de um processo desenvolvido por ele mesmo, utilizava-se de uma solução para dar banho de ouro às joias, e nessa profissão, trabalhou por muito tempo. Tanto vendia como consertava esses objetos, portanto, era um artesão do ouro, um ourives.
            De Rio de Contas migrou-se para Caculé, onde conheceu Vitalina Novaes com quem se casou e teve quatro filhos: Jesuíno Vianna, hoje com 98 anos, José Vianna, Editth Vianna e Sizinio Vianna. Os três últimos já falecidos. Naquela cidade fez inúmeras amizades em todas as classes sociais. Por mérito e confiança em sua pessoa como homem sério, probo, honrado e conciliador, alçaram-no a delegado da cidade, cargo que exerceu com a dignidade que lhe era característica.
            Após o falecimento da esposa manteve um segundo e curto relacionamento com uma senhora de prenome Aristeia, oriunda de Taiobeiras (MG). Com a cunhada Jovina Novaes, já mãe de dois filhos com Aniceto Mafra de Azevedo: Otaviano Novaes Azevedo (Maroto) e Idalice Novaes Azevedo (ambos falecidos) deram início ao terceiro e último relacionamento. O casal se estabeleceu em Brumado e, desta relação nasceram mais seis filhos: Nelson Viana e Ivan Viana (falecidos), Moacyr Viana, Dalva Viana, Antônio Viana e Maria de Lourdes Viana.
            Um dos seus amigos, Dr. Crescêncio Silveira, apostando na sua inteligência e habilidade manual de artesão dedicado, convidou-o para ser dentista e protético, o que exigiu de seu ‘Beninho’ muito estudo e dedicação. A sua primeira incumbência foi fazer a prótese dentária da esposa do Dr. Crescêncio, trabalho que foi concluído com êxito e perfeição.
            Em 1930 montou seu primeiro consultório, anexo à sua residência, incentivado pelo Dr. Crescêncio Silveira, seu amigo e conselheiro. Nessa época não existia energia e o aparelho dos dentistas (brocas) ganhava movimento através de um pedal.
            A sua dedicação e perfeccionismo a tudo que fazia contribuíram para torna-lo um dentista prático e famoso. Nesta função, atendia toda a região, igualmente, fazia visitas em domicílio. Destaque-se que é tradição na família o exercício dessa profissão: o filho Sizinio Viana, o neto Francisco de Paula Bassini Viana, o genro Jonas e o enteado Otaviano Novaes Azevedo (seu Maroto). Este último, com o falecimento do pai biológico, veio morar com seu Beninho aos 17 anos, tornando-se um de seus discípulos. Seu Maroto trabalhou muitos anos como dentista prático na empresa Magnesita S.A. a qual o homenageou pelos serviços prestados.
            Seu Beninho enfrentou dificuldades no exercício da profissão depois da lei que proibiu o trabalho dos práticos e beneficiava o profissional com diploma universitário. Contudo, devido à sua credibilidade e competência, com que exercia o seu ofício, à sua mediunidade e a confiança da comunidade que acreditava no seu trabalho, continuou a exercer a sua atividade de dentista sem o empecilho daqueles que se achavam no direito de proibir, e que, legalmente, podiam fazê-lo.
Também em Bom Jesus dos Meiras, atual Brumado, fez muitas amizades em todas as classes sociais, tratando a todos com respeito, dignidade e educação, independente do nível social a que pertenciam. Daí a sua popularidade e reconhecimento dos seus valores pessoais e profissionais como artesão, dentista e protético prático. Apesar de não possuir diploma universitário tinha a experiência e a competência comprovada.
            Sua casa estava sempre repleta de pessoas, muitos de forasteiros, que vinham consultar-se com o médium, outros, a presenteá-lo em agradecimentos à cura alcançada. Era a casa do povo. “Dona Jovina era uma pessoa muito educada e cortês. Recebia a todos com distinção e amabilidade, virtudes e qualidades que a dignificavam” (Declarações do senhor Sebastião Meira Santos (seu Santos), que conheceu o casal).
           
            Era portador de muita força espiritual, que nem ele soube como adquiriu, mas afirmava que não nasceu com este dom, mas que passou a notá-lo a partir dos 38 anos de idade.
             Conta-se que, na época dos revoltosos, passagem da Coluna Prestes pela Bahia, o grupo infundia medo e temor às pessoas, sendo visto por elas como baderneiros criminosos. Fugindo desse conflito, partiu de sua casa levando a esposa Jovina e os seus filhos, montados em cavalos. Na tentativa de proteger sua família dos rebeldes, procurou refúgio atrás de uma árvore, ali permanecendo em silêncio, orando, pedindo a Deus para encobrir seus rastros, a fim de que não fossem encontrados. Naquele momento de oração profunda, um rebanho de carneiro passou por eles apagando a pista que haviam deixado e que seria facilmente identificada pelos revoltosos. Contam que, três destes pararam ao lado da árvore, mascaram tabaco e chegaram a cuspir na árvore, porém não viram a família que estava ali refugiada.
            O dom do espírita era impressionante, pois sua força mediúnica transcendia à normalidade. Em transe ou passagem espiritual, fazia adivinhações, localizava objetos roubados e até desaparecidos. Acalmava os loucos ou dementes, desesperados com sintomas de sofrimento físico ou espiritual com orações e imposição das mãos. Muitos chegavam amarrados e voltavam livres sem nenhuma aparência de anormalidade.
            Receitava remédios (mezinhas) para todo tipo de doença ou sofrimento, rezava, benzia e curava os que o procuravam para o alívio de sua dor, quer física ou espiritual. Todo esse procedimento era caritativo, uma missão à qual se submetia por devoção à causa, dia e noite, sem se queixar do horário em que era procurado.
            As reuniões que tratavam da fundação de um centro espírita em Brumado eram realizadas na casa do senhor Albino Vianna (Beninho). Médiuns de Vitoria da Conquista aqui vieram para incentivar a fundação do centro espírita e pondo em prática trabalhos mediúnicos concernentes a essa doutrina. Em 31 de janeiro de 1954, seu Beninho, juntamente com seu Albertino Marques Barreto e outros adeptos da doutrina, fundou o Centro Espírita Fraternidade (CEF), sendo eleito presidente o senhor Albertino Marques Barreto e vice-presidente, Albino Viana (Beninho). Em vista da falta de um local para realização das reuniões, Albino colocou a sua residência à disposição dos confrades, que aceitaram a título provisório.
            Seu Beninho era míope e não usava óculos. Assim, só enxergava com clareza à pequena distância. Narra-se que as pessoas que vinham em busca de socorro, à noite, encontrando as portas e janelas fechadas, batiam palmas para alguém atender. Seu Beninho abria a porta para recebê-las, mas sendo míope, se aproximava para reconhecê-las.
             Naquela época os animais viviam soltos nas ruas, não havia controle nem captura por parte das autoridades locais.
            Certa noite, um jumento, perambulando, parou em frente à casa de seu Beninho, cuja porta era pintada de verde, talvez por confundi-la com uma árvore. Para espantar os mosquitos que o atormentavam, o animal sacudiu as grandes orelhas, produzindo um som semelhante ao das palmas humana. Seu Beninho abriu a porta e, por enxergar pouco e, ainda estar no escuro da noite, aproximou-se e perguntou: “Qual é o seu incômodo, irmão?” Em resposta, O jegue relinchou deixando seu Beninho apavorado pelo inusitado.
            Em reconhecimento aos serviços prestados à comunidade brumadense, a Câmara de Vereadores de Brumado o homenageou, dando seu nome a um logradouro no centro da cidade.
            A Assembleia Legislativa do Estado da Bahia por meio do Dec. 16579/2007 de 23/08/2007 declara de Utilidade a Sociedade Espírita Albino Viana - SEAV, sediada na Travessa Enoc nº 79 no Município de Brumado.
            Através da Lei/1497/2007, de 21 de setembro de 2007 a prefeitura Municipal de Brumado considera de Utilidade Pública a instituição Sociedade Espírita Albino Vianna (SEAV), fundada em 1º de junho de 1994.

            Fontes: Luiz Ribeiro Viana, Gileno Mafra, Sebastião Meira Santos (seu Santos), Lutgardes Ribeiro S. Meira, Maria Helena Viana Carneiro e pessoas que colaboraram com a pesquisa.
Antonio Novais Torres
Brumado em 19/07/2012.

                       


ALBERTINO MARQUES BARRÊTO



ALBERTINO MARQUES BARRÊTO
*08/05/1902†19/09/1983

Albertino Marques Barrêto nasceu na cidade de Ladário um município situado na região Oeste do Estado de Mato Grosso do Sul, às margens do Rio Paraguai, em 08/05/1902. Era filho de Joaquim Marques Barrêto e D. Maria Cândida Barrêto. Irmãos: Joaquim, Maria Cândida, José Filho, Anita, Manoel, Francisca e Antônia. Seus avós: Joaquim Marques Barrêto e Maria Cândida Barreto; José Joaquim dos Santos e Cândida Maria dos Santos.
Trabalhou na Rede Ferroviária Brasileira. Primeiramente como maquinista, quando sofreu um acidente, caindo na caldeira da locomotiva a vapor, conhecida por maria-fumaça, e queimou-se (usava camisa de mangas compridas para ocultar as lesões sofridas no acidente). Depois, como telegrafista.
Percorreu várias cidades (principalmente dos estados de (MT/MS/SP/BA), em função do seu exercício profissional. Esteve na Bolívia para fazer curso visando ao aprimoramento no seu trabalho na Rede Ferroviária Brasileira. No seu retorno, veio para a Bahia, onde conheceu Maria Roza dos Santos, com quem se casou.
Maria Roza dos Santos era natural de Barra da Estiva e filha de José Joaquim dos Santos (Jó) e Cândida Maria dos Santos. Viúva de Cassiano José Ribeiro originário de Barra da Estiva. Contraiu segundas núpcias com Albertino Marques Barrêto. Casaram-se em Caetité, quando ela passou a assinar Maria Roza dos Santos Barrêto. Ela era proprietária de uma padaria (herdada do pai) e, a partir do casamento, passou a ser conhecida como Maria de seu Albertino. Teve com ele os seguintes filhos: Albertino Filho (16-04-49), Luiz Carlos (24-08-1951), Marizete (09-05-1953), Scheilla (30-08-1955) e Célia (15-11-1957).
Aficionado pelo futebol, foi um dos fundadores da Liga Brumadense de Futebol, da qual foi presidente, vice-presidente, diretor de Esporte e Árbitros, secretário, fundador do Clube Santa Cruz que defendia o Bairro “Tanque do Governo” e presidente do Esporte Clube Palmeira. Inicialmente reuniam-se no Centro Espírita Fraternidade, por deliberação da diretoria da entidade.
Assumiu o cargo de vereador na qualidade de 3º suplente em 17/04/1965, tendo em vista que o 1º e 2º suplente se recursaram a assumir o cargo vago com a renúncia do vereador Mário Joaquim Martins (UDN), no governo do prefeito Armindo dos Santos Azevedo.
Elegeu-se vereador em Brumado pela ARENA, em 15 novembro de 1966, com 184 votos, para o período de 01-02-1967 a 31-01-1971, no governo do então prefeito Juracy Pires Gomes. De 1969 até 1971, não percebeu subsídios por força do Ato Institucional nº 07 de 26 de fevereiro de 1969.
Sua atividade parlamentar foi intensa. Estes foram alguns dos projetos e indicações de Albertino Marques Barrêto no período de sua vereança: solicitou auxílio para a Liga Desportiva Brumadense; por meio da Indicação 16/67, sugeriu a construção de um albergue noturno; comunicou à casa parlamentar que, em 08/06/1968, realizar-se-ia, no Centro Espírita Fraternidade, a primeira concentração espírita de Brumado.
 Foi o autor do PL nº 176/68, denominando Alan Kardec a então rua Tiradentes; apresentou moção de confiança ao prefeito Juracy Pires Gomes e moção de pesar pelo falecimento do comerciante Francisco Ramos da Silva – Chiquinho Gavião –, em 06/10/1968; indicou ao prefeito a criação de uma secção de informação e reclamação pública; solicitou à Câmara o encaminhamento ao Governador do Estado do pedido de um curso técnico contábil anexo ao Ginásio General Nelson de Melo. Essa solicitação fora firmada por vários estudantes do curso noturno; solicitou do Executivo, por meio de ofício, o fornecimento aos trabalhadores da limpeza, a título de gratificação natalina, de uniforme completo, inclusive botinas, já que não percebiam o Abono de Natal; apresentou pedido de colaboração de todos os poderes para a estadualização do ginásio, a fim de solucionar as difíceis situações educacional e financeira em que se encontrava a instituição; fez a indicação 85/69, solicitando ao chefe do Executivo destinar verba para a Fundação Hospitalar de Brumado para cobrir deficit da instituição; solicitou melhorias na educação do bairro São Félix, com voto de louvor e homenagem às professoras Celeste Ávila de Magalhães Souza e Terezinha Marques de Souza (Tereza Souza) pelos serviços educacionais prestados àquele bairro.
Sugeriu, com o apoio dos colegas, a realização de competições esportivas para angariar recursos para a Fundação Hospitalar de Brumado, por se encontrarem as obras paralisadas; fez indicação ao chefe do Executivo para pleitear ao Governador do Estado a construção de uma rodoviária no terreno destinado aos jogos esportivos, tendo em vista a construção de um novo estádio no Campo de Aviação. Foi escolhido pela bancada da ARENA como seu líder; foi membro das Comissões: de Constituição de Justiça e Redação de Leis, de Finanças e de Higiene e Estatística. Segundo informações, que podem não ser verossímeis, também foi candidato pelo PCB a deputado estadual, quando residia em Urandi, localidade onde trabalhou.
O Centro Espírita Fraternidade (CEF) foi fundado em 31-01-1954, por membros da sociedade espírita de Brumado-BA. Dentre eles, destaca-se o senhor Albertino Marques Barrêto. A entidade encontra-se localizada na Rua Allan Kardec, nº 68 e promove diversas atividades sociais e beneficentes. Albertino é considerado o fundador do espiritismo em Brumado. Também fundador do Ambulatório Médico Bezerra de Menezes em 1957.
O Centro Educacional Divaldo Pereira Franco (CEDPF), fundado em 31/01/1994, foi idealizado pelo senhor Albertino Marques Barrêto. Em sua homenagem, foi fundada a Sociedade Espírita Albertino Marques Barrêto (SEAMB), em 06 de dezembro de 1987, cuja sede está localizada na Rua Sandra Batista S. Medeiros, nº 8, URBIS I (antiga Rua “A” do Conjunto Habitacional Brumado I). Também o seu nome foi dado a uma Rua no Bairro Olhos D’água, com aprovação, por unanimidade, dos votantes.
Ele foi um dos fundadores do Sindicato Rural, para o qual providenciou toda a documentação. Ali trabalhou como assessor, fez consultorias e redigiu várias atas sem, contudo, ser funcionário registrado na instituição, era um voluntário.
Albertino Marques Barrêto cursou o segundo grau completo e era um homem esclarecido, grande leitor, um intelectual. Comunista pertencente ao PCB e espírita convicto ativo, simples e de boa conduta, só praticou o bem. Foi exemplar no exercício de seus misteres e bom pai de família. Bater papo com os amigos, colhendo e emitindo opiniões sobre os assuntos ventilados, era um dos seus passatempos preferidos.
Parece ter sido o único comunista que se declarou espírita. Alimentava o seu espírito através da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec (pseudônimo). A população, erroneamente, acreditava, ou acredita que comunista era ou é ateu. Vejam o que disse o poeta mais popular do Brasil, Patativa do Assaré, em versos extraídos de cordéis de sua autoria sobre o fato político: “Quem apoia o comunismo/ gosta do diabo também”, “O comunismo Fatal/ não queremos no Brasil”, “O regime comunista/é contra a religião”, “Na doutrina de Lenin/só reina a imoralidade”. Essa era a visão deturpada por meio da qual, antigamente, se conceituava o comunismo.
O preito ao Sr. Albertino estendeu-se a membros de sua família. A professora Scheila Barrêto Spínola Santos (falecida), sua filha, foi homenageada nominando uma escola de destaque da sede do município. A SEAMB homenageou Maria Rosa dos Santos, sua esposa, com uma escola de evangelização na sede da entidade, no bairro da URBIS I.
Albertino Marques Barrêto faleceu em 19-09-1983, com 81 anos, e teve o óbito atestado pelo médico Geraldo Leite Azevedo e declarado por Maria da Glória Spínola Costa. Foi enterrado no cemitério municipal Senhor do Bonfim.
 Maria Roza dos Santos Barrêto faleceu em 02/10/1990, com 74 anos. Também está sepultada no cemitério municipal Senhor do Bonfim. O óbito foi atestado pelo médico Ivan Meira de Castro Gomes, sendo declarante a filha Scheilla Barrêto.

Antonio Novais Torres
 antorres@terra.com.br
Brumado, em 17/12/2012.




ALBERTINO MARQUES BARRÊTO
*08/05/1902†19/09/1983

Albertino Marques Barrêto nasceu na cidade de Ladário um município situado na região Oeste do Estado de Mato Grosso do Sul, às margens do Rio Paraguai, em 08/05/1902. Era filho de Joaquim Marques Barrêto e D. Maria Cândida Barrêto. Irmãos: Joaquim, Maria Cândida, José Filho, Anita, Manoel, Francisca e Antônia. Seus avós: Joaquim Marques Barrêto e Maria Cândida Barreto; José Joaquim dos Santos e Cândida Maria dos Santos.
Trabalhou na Rede Ferroviária Brasileira. Primeiramente como maquinista, quando sofreu um acidente, caindo na caldeira da locomotiva a vapor, conhecida por maria-fumaça, e queimou-se (usava camisa de mangas compridas para ocultar as lesões sofridas no acidente). Depois, como telegrafista.
Percorreu várias cidades (principalmente dos estados de (MT/MS/SP/BA), em função do seu exercício profissional. Esteve na Bolívia para fazer curso visando ao aprimoramento no seu trabalho na Rede Ferroviária Brasileira. No seu retorno, veio para a Bahia, onde conheceu Maria Roza dos Santos, com quem se casou.
Maria Roza dos Santos era natural de Barra da Estiva e filha de José Joaquim dos Santos (Jó) e Cândida Maria dos Santos. Viúva de Cassiano José Ribeiro originário de Barra da Estiva. Contraiu segundas núpcias com Albertino Marques Barrêto. Casaram-se em Caetité, quando ela passou a assinar Maria Roza dos Santos Barrêto. Ela era proprietária de uma padaria (herdada do pai) e, a partir do casamento, passou a ser conhecida como Maria de seu Albertino. Teve com ele os seguintes filhos: Albertino Filho (16-04-49), Luiz Carlos (24-08-1951), Marizete (09-05-1953), Scheilla (30-08-1955) e Célia (15-11-1957).
Aficionado pelo futebol, foi um dos fundadores da Liga Brumadense de Futebol, da qual foi presidente, vice-presidente, diretor de Esporte e Árbitros, secretário, fundador do Clube Santa Cruz que defendia o Bairro “Tanque do Governo” e presidente do Esporte Clube Palmeira. Inicialmente reuniam-se no Centro Espírita Fraternidade, por deliberação da diretoria da entidade.
Assumiu o cargo de vereador na qualidade de 3º suplente em 17/04/1965, tendo em vista que o 1º e 2º suplente se recursaram a assumir o cargo vago com a renúncia do vereador Mário Joaquim Martins (UDN), no governo do prefeito Armindo dos Santos Azevedo.
Elegeu-se vereador em Brumado pela ARENA, em 15 novembro de 1966, com 184 votos, para o período de 01-02-1967 a 31-01-1971, no governo do então prefeito Juracy Pires Gomes. De 1969 até 1971, não percebeu subsídios por força do Ato Institucional nº 07 de 26 de fevereiro de 1969.
Sua atividade parlamentar foi intensa. Estes foram alguns dos projetos e indicações de Albertino Marques Barrêto no período de sua vereança: solicitou auxílio para a Liga Desportiva Brumadense; por meio da Indicação 16/67, sugeriu a construção de um albergue noturno; comunicou à casa parlamentar que, em 08/06/1968, realizar-se-ia, no Centro Espírita Fraternidade, a primeira concentração espírita de Brumado.
 Foi o autor do PL nº 176/68, denominando Alan Kardec a então rua Tiradentes; apresentou moção de confiança ao prefeito Juracy Pires Gomes e moção de pesar pelo falecimento do comerciante Francisco Ramos da Silva – Chiquinho Gavião –, em 06/10/1968; indicou ao prefeito a criação de uma secção de informação e reclamação pública; solicitou à Câmara o encaminhamento ao Governador do Estado do pedido de um curso técnico contábil anexo ao Ginásio General Nelson de Melo. Essa solicitação fora firmada por vários estudantes do curso noturno; solicitou do Executivo, por meio de ofício, o fornecimento aos trabalhadores da limpeza, a título de gratificação natalina, de uniforme completo, inclusive botinas, já que não percebiam o Abono de Natal; apresentou pedido de colaboração de todos os poderes para a estadualização do ginásio, a fim de solucionar as difíceis situações educacional e financeira em que se encontrava a instituição; fez a indicação 85/69, solicitando ao chefe do Executivo destinar verba para a Fundação Hospitalar de Brumado para cobrir deficit da instituição; solicitou melhorias na educação do bairro São Félix, com voto de louvor e homenagem às professoras Celeste Ávila de Magalhães Souza e Terezinha Marques de Souza (Tereza Souza) pelos serviços educacionais prestados àquele bairro.
Sugeriu, com o apoio dos colegas, a realização de competições esportivas para angariar recursos para a Fundação Hospitalar de Brumado, por se encontrarem as obras paralisadas; fez indicação ao chefe do Executivo para pleitear ao Governador do Estado a construção de uma rodoviária no terreno destinado aos jogos esportivos, tendo em vista a construção de um novo estádio no Campo de Aviação. Foi escolhido pela bancada da ARENA como seu líder; foi membro das Comissões: de Constituição de Justiça e Redação de Leis, de Finanças e de Higiene e Estatística. Segundo informações, que podem não ser verossímeis, também foi candidato pelo PCB a deputado estadual, quando residia em Urandi, localidade onde trabalhou.
O Centro Espírita Fraternidade (CEF) foi fundado em 31-01-1954, por membros da sociedade espírita de Brumado-BA. Dentre eles, destaca-se o senhor Albertino Marques Barrêto. A entidade encontra-se localizada na Rua Allan Kardec, nº 68 e promove diversas atividades sociais e beneficentes. Albertino é considerado o fundador do espiritismo em Brumado. Também fundador do Ambulatório Médico Bezerra de Menezes em 1957.
O Centro Educacional Divaldo Pereira Franco (CEDPF), fundado em 31/01/1994, foi idealizado pelo senhor Albertino Marques Barrêto. Em sua homenagem, foi fundada a Sociedade Espírita Albertino Marques Barrêto (SEAMB), em 06 de dezembro de 1987, cuja sede está localizada na Rua Sandra Batista S. Medeiros, nº 8, URBIS I (antiga Rua “A” do Conjunto Habitacional Brumado I). Também o seu nome foi dado a uma Rua no Bairro Olhos D’água, com aprovação, por unanimidade, dos votantes.
Ele foi um dos fundadores do Sindicato Rural, para o qual providenciou toda a documentação. Ali trabalhou como assessor, fez consultorias e redigiu várias atas sem, contudo, ser funcionário registrado na instituição, era um voluntário.
Albertino Marques Barrêto cursou o segundo grau completo e era um homem esclarecido, grande leitor, um intelectual. Comunista pertencente ao PCB e espírita convicto ativo, simples e de boa conduta, só praticou o bem. Foi exemplar no exercício de seus misteres e bom pai de família. Bater papo com os amigos, colhendo e emitindo opiniões sobre os assuntos ventilados, era um dos seus passatempos preferidos.
Parece ter sido o único comunista que se declarou espírita. Alimentava o seu espírito através da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec (pseudônimo). A população, erroneamente, acreditava, ou acredita que comunista era ou é ateu. Vejam o que disse o poeta mais popular do Brasil, Patativa do Assaré, em versos extraídos de cordéis de sua autoria sobre o fato político: “Quem apoia o comunismo/ gosta do diabo também”, “O comunismo Fatal/ não queremos no Brasil”, “O regime comunista/é contra a religião”, “Na doutrina de Lenin/só reina a imoralidade”. Essa era a visão deturpada por meio da qual, antigamente, se conceituava o comunismo.
O preito ao Sr. Albertino estendeu-se a membros de sua família. A professora Scheila Barrêto Spínola Santos (falecida), sua filha, foi homenageada nominando uma escola de destaque da sede do município. A SEAMB homenageou Maria Rosa dos Santos, sua esposa, com uma escola de evangelização na sede da entidade, no bairro da URBIS I.
Albertino Marques Barrêto faleceu em 19-09-1983, com 81 anos, e teve o óbito atestado pelo médico Geraldo Leite Azevedo e declarado por Maria da Glória Spínola Costa. Foi enterrado no cemitério municipal Senhor do Bonfim.
 Maria Roza dos Santos Barrêto faleceu em 02/10/1990, com 74 anos. Também está sepultada no cemitério municipal Senhor do Bonfim. O óbito foi atestado pelo médico Ivan Meira de Castro Gomes, sendo declarante a filha Scheilla Barrêto.

Antonio Novais Torres
 antorres@terra.com.br
Brumado, em 17/12/2012.


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Larissa Torres

LARISSA TORRES

            Larissa Torres Chores nasceu em 5 de novembro de 2013, em Vitória da Conquista-BA, na Casa de Saúde São Geraldo, de parto cirúrgico (Cesariana). O médico cirurgião-geral, obstetra e ginecologista, Davi Cortes dos Anjos, fez o acompanhamento do pré-natal nos últimos meses da gravidez e também o parto, com muito sucesso.
            É filha de Adriana da Silva Torres e de Victor Hugo Chorres Rodríguez. Ela é profissional (fisioterapeuta) com funções em Salvador-BA, porém preferiu ter a filha mais perto da mãe, contando com o apoio e a experiência desta no trato com o bebê.
            Larissa nasceu saudável para gáudio de todos os familiares. Anunciou, ao mundo, a sua chegada através do choro característico, para viver entre os seus, amada e com, se Deus quiser, a harmonia pretendida. Preencheu o vazio existente nos avós, que se encontravam sozinhos, visto que os filhos moram em outras cidades, onde trabalham. Também ali se casaram, e as exigências matrimoniais vêm acompanhadas de conveniências nutridas pelo amor divinal e sublime das partes que se completam.
            O nome Larissa é de origem grega e significa cheia de alegria. Adriana escolheu esse nome para a filha em virtude de ser aficionada por Ballet e fã ardorosa da famosa bailarina russa Larissa Hezhniana, primeira bailarina do Ballet Nacional Holandês (de Amsterdã).
            Nas pesquisas feitas na internet, foram encontrados os seguintes dados, com adaptações inseridas, sobre o perfil do nome Larissa: “Personalidade marcante, inteligente, vai aprender a falar muito cedo. Rapidez de raciocínio, vai absorver tudo que lhe for ensinado ainda em tenra idade. É necessário estimular o aprendizado através de livros especializados e adequados à idade, ensinar boas maneiras, diferenciar e nomear as cores, as partes do corpo, o som e vozes dos animais etc.             Vai adorar ouvir e cantar músicas, ouvir histórias e fazer representações. Com seu carisma, vai conquistar a todos. Com relação ao destino, vai ser uma criança sensível e evoluída, capaz de perceber coisas que outras não têm a capacidade de perceber: quando a mãe estiver triste, ela logo vai notar e oferecer-lhe carinho e solidariedade. A fome de aprender estará nas perguntas que fará, tentando entender as coisas à sua volta e quais os seus significados”.
            “Larissa nasceu para deixar sua história marcada na humanidade. Será uma pessoa inventiva e, desde cedo, demonstrará essas ideias com criatividade. Ainda que sejam coisas simples, demonstrará as diferenças da sua inspiração e de sua atuação. Carismática, envolverá os seus colegas com o seu modo de ser pelas novidades apresentadas. A sua atividade criadora, inspirada no pensamento positivo, vai determinar o seu carisma”.
            Larissa ganhou muitos presentes de amigos e familiares que visitaram a “alegria”. Em homenagem a ela transcrevo a citação de Sarcrozzi:
            “Quebre as regras,/Perdoe rápido,/Beije lentamente,/Ame de verdade,/Ria descontroladamente,/E nunca lamente nada/ que tenha feito você sorrir”
            Viva Larissa!


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

ARTHUR REVENSTER COSTA

BIOGRAFIA
ARTHUR REVENSTER COSTA
*08/08/1889
†06/12/1969


            Arthur Revenster Costa nasceu na Fazenda Lagoa Branca, em Lagoa Real – distrito de Caetité, na época –, em 08/08/1889. Era filho de Cincinato Simões Costa e Theolinda Simões Costa.
            Casou-se aos 18 anos em primeiras núpcias com a professora Tarcila de Uzeda Costa, na cidade de Bonito, no ano de 1907. O nome do lugar foi alterado para Igaporã, de acordo com o decreto-lei estadual n. 141, de 31/12/1943, confirmado pelo decreto estadual n. 12.978, de 01/06/1944.
            O casal teve os seguintes filhos: Mirthes de Uzeda Costa (professora), Walquira de Uzeda Costa (médica) e Orlando de Uzeda Costa, falecido enquanto ainda era acadêmico de medicina.
            Arthur veio para Brumado em 1912, acompanhando a esposa que fora transferida para servir nessa localidade.
            Enviuvou-se em 1915 e aos 31 anos de idade. Casou-se em segundas núpcias em 25 de setembro de 1920, na Igreja Matriz de Bom Jesus dos Meiras, casamento celebrado pelo padre José Dias Ribeiro da Silva, com a funcionária pública Theodolinda Olímpia de Souza de 19 anos de idade. Foram testemunhas Marcolino Rizério Moura, Aureliano de Alves de Carvalho. Theodolinda trabalhou por muitos anos na Prefeitura Municipal de Brumado. Ela era natural de Jequié/BA e filha de Olímpio José de Souza e Ana Joaquina de Souza.
            Adotou Dalcy Lula Souza Lima, que se tornou esposa de Erico Dias Lima (que via em Arthur um segundo pai), e registrou como filha Ana Maria de Souza Revenster.
            Cursou apenas o primário. Estudou com o professor Santana, em Caetité, e foi influenciado pelo rábula Juvêncio, que tinha o apelido de “Mutuca”, a trilhar o caminho do Direito com bastante êxito e competência. Era um autodidata renomado pelo conhecimento adquirido através de estudos do conhecimento jurídico, bem como por sua cultura geral, inerente à sua personalidade de estudioso e pesquisador.
            Foi-lhe outorgada a carta patente com o título de Capitão da Guarda Nacional. Era músico e regente de banda muito perfeccionista, comportamento, aliás, visto em todas as suas atividades.
Ingressou na prefeitura em 19 de abril de 1914 ainda com o nome de Bom Jesus dos Meiras até 19 de abril de 1957 (Brumado) ocupando vários cargos e se aposenta nessa empresa com 44 anos de serviços, por limite de idade, conforme previa a lei.
            Foi assessor dos intendentes administradores do município, desde o mandato de Major Aureliano Alves de Carvalho (1921-1922), quando foi construído o prédio da antiga prefeitura de Brumado – em 1922. Continuou nos mandatos de Marcolino Rizério Moura (1938-1948) e dos prefeitos Armindo dos Santos Azevedo, por três mandatos (1948-1951, 1955-1959, 1963-1967), e Manoel Joaquim Alves Carvalho (1951-1955), também conhecido como Dr. Nezinho.
            Foi Conselheiro de Paulo Afonso Valverde Chaves, o qual foi recomendado pelo pai, Coronel Paulino Afonso Chaves (1890-1968), para que Arthur o orientasse e o encaminhasse.
            Em honra ao emérito provisionado que dedicou serviços incomensuráveis ao poder público, a Câmara Municipal, por unanimidade, em vista disso, em 24 de maio de 1962, através do projeto 3/62, denominou um logradouro no centro da cidade com o nome “Arthur Revenster Costa” e nessa mesma data outorgou-lhe o título de cidadão brumadense. A sua esposa Theodolina Revenster, também foi homenageada nominando uma rua no Bairro São Félix.
            Trabalhou na empresa Magnesita S.A. como assistente jurídico no período de 1940 até 1967, e na qualidade de provisionado foi um dos primeiros advogados da empresa e certamente de Brumado.
            Participou de todos os movimentos e eventos públicos e cívicos da cidade entre as décadas de 1930-1970.
            O advogado provisionado, também chamado de rábula, era uma pessoa retraída, mas de grandes conhecimentos jurídicos, os quais utilizava para responder aos adversários e aos detratores. É como popularmente se diz: “fraco em oratória e forte na caneta”. Isso não o impediu de exercer a profissão. Fez defesas memoráveis! Duas de suas virtudes eram a competência e a responsabilidade profissional. Foi um escrupuloso perfeccionista em sua profissão, com vasto conhecimento jurídico e das leis inerentes ao assunto que defendia.
            Todo o trabalho era executado com capricho e atenção. Nada passava sem seu crivo de análise técnica. Especializou-se em normas e princípios básicos que regem a organização política do Estado, suas leis, sua forma de governo, o funcionamento dos poderes políticos, os direitos individuais e a participação do Estado nos vários aspectos da sociedade – social, econômico, cultural etc. –, dando orientação e suporte aos seus clientes e aos prefeitos com quem trabalhou.
            Para o exercício da profissão de advogado provisionado, submeteu-se a uma prova de conhecimentos jurídicos no Superior Tribunal de Justiça da Bahia (STJ/BA), em 4 de maio de 1934, sendo aprovado. Sempre que renovava a autorização, reciclava-se para obtenção de nova concessão para a prática do ato jurídico.
            Registrou-se na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sob o número 36 e registro número 41, em 18 de maio de 1934, com aprovação do STJ/BA, para atuar nas Comarcas de Ituassú (Ituaçu), Caetité e Minas de Rio de Contas. As renovações eram feitas pelo Conselho da OAB do Estado, que lhe atribuiu permissão para exercer, permanentemente, a profissão nas Comarcas de Ituassú (Ituaçu), Caculé e Brumado, excluindo Minas de Rio de Contas, nos termos da Lei 794 de 29 de agosto de 1949. A decisão do Conselho aconteceu em 28 de julho de 1951.
            Aposentou-se por velhice em 12 de dezembro de 1968 e faleceu em 6 de dezembro de 1969, com 80 anos. Seu enterro ocorreu em Brumado, no cemitério Senhor do Bonfim (Cemitério velho).
            Para ilustrar o assunto, esclarecemos que o provisionado era aquele que não tendo curso de Direito, recebia autorização da OAB para advogar em juízo de primeira instância, com início a partir da década de 1930.
            Esses profissionais “práticos” relacionavam-se a diversas profissões, como a de dentista, por exemplo. Os práticos, sem conhecimento técnico do assunto e que exercem a profissão sem diploma, eram tolerados por absoluta falta de profissionais formados na área, principalmente no interior, que não contava com serviços essenciais indispensáveis aos cidadãos.
            A provisão era concedida inicialmente pelo Instituto dos Advogados do Brasil (IAB) e, em seguida, pela OAB, desde a década de 1930 até a extinção nas décadas de 60-70, quando houve um movimento dos profissionais formados pela regulamentação profissional dos advogados e a advocacia passou a ser prerrogativa dos bacharéis em Direito. Antes desse movimento, no entanto, era possível.
             O Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, por meio da lei 4.215, de 27 de abril de 1963, estipula no art. 47 o seguinte:
“A Ordem dos Advogados do Brasil compreende os seguintes quadros: advogados, estagiários e provisionados”.
            Aqui na Bahia, em Salvador, dentre outros rábulas, destaca-se o famoso Major Cosme de Farias, conhecido como “Advogado dos Pobres”, pela assistência caritativa que devotava a eles sem a exigência de honorários ou de qualquer recompensa pelos serviços prestados.
            Arthur era um advogado provisionado que se destacava pela inteligência, pelo conhecimento jurídico, pela competência técnica, pelo escrúpulo de fazer os trabalhos com perfeição, e carregava em seu íntimo a sensibilidade pessoal. Era incapaz de ferir ou de maltratar alguém com palavras e atos ásperos. Contou com a admiração não só dos colegas provisionados, como dos formados. Nessa condição, contribuiu muito para o engrandecimento da classe.
            Fontes de informação:
 Albânio Souza Lima e Erico Dias Lima, aos quais agradecemos pela colaboração;
Pesquisas no arquivo da Prefeitura de brumado.

Antonio Novais Torres

 Brumado, 26/05/2012.

ARMINDO DOS SANTOS AZEVEDO


ARMINDO DOS SANTOS AZEVEDO

*02/10/1899†17/04/1967






Armindo dos Santos Azevedo nasceu na cidade de Bom Jesus dos Meiras, atual Brumado, no dia 2 de outubro de 1899. Era filho de Casimiro Pinheiro de Azevedo e Filomena Santos Azevedo. Conviveu em família com os irmãos: Alcebino, Isolina, Idalina, Idália, Abias, Iônia, Gerôncio, Gerson, Lindolfo e Agnelo dos Santos Azevedo.

Casou-se com Geminiana Cardoso Azevedo, na cidade de São Sebastião, hoje Ibiassucê, no dia 4 de abril de 1923. Dessa união nasceram: Miriam dos Santos Azevedo, que após o casamento passou a assinar Miriam Azevedo Gondim Meira, Sálvio dos Santos Azevedo, Wilson dos Santos Azevedo, Washington dos Santos Azevedo, Almir dos Santos Azevedo, Afrânio dos Santos Azevedo, Armida Maria Azevedo, Salvador dos Santos Azevedo, Fernando dos Santos Azevedo, Alberto dos Santos Azevedo e Maria Stella dos Santos Azevedo. Esta, após o casamento, passou a assinar Maria Stella Azevedo Dourado. Do total de 15 filhos, todos nascidos em Brumado, dois morreram ao nascer e dois faleceram com mais de ano.

Armindo dos Santos Azevedo estudou em Brumado, cursou apenas o primário. Inicialmente trabalhou como feirante, dando início a sua vida profissional como comerciante e também como pecuarista. Posteriormente abriu a Loja “Primavera” com ramo diversificado: armarinhos, tecidos, calçados e afins. A loja localizava-se na Praça Coronel Santos, a qual hoje leva o seu nome. Paralelamente às atividades comerciais do ramo lojista, exercia a compra e venda de algodão em capulho. Também beneficiava o produto na “usina do governo” e o revendia já em pluma. Exercia ainda a atividade pecuária em suas fazendas, principalmente em Ribeirão do Salto, localizada na divisa com o Estado de Minas Gerais. Posteriormente, transferiu o comércio lojista para o filho Almir Santos Azevedo que deu continuidade até o ano de 1980.

Em 1947, ingressou na política pelas mãos do político Coronel Marcolino Rizério Moura (UDN), tendo como intermediário da indicação o compadre Hermes Santos, que tentou algumas ponderações, mas foi instruído pelo coronel a fazê-lo sob sua responsabilidade, pois a indicação era pessoal.

Com o fim da ditadura de Getúlio Dorneles Vargas, candidatou-se ao cargo de prefeito pela União Democrática Nacional (UDN), para o período de 1948-1951, sendo o primeiro prefeito de Brumado eleito pelo voto popular e alvo de aplausos na solenidade de posse. Foi eleito por mais dois mandatos 1955-1959 e 1963-1967.

Dentre várias realizações de seus governos, destacam-se: luz elétrica a motor, através de grupo gerador de energia a óleo diesel; água encanada vinda do Riacho do Bate-pé, com tubulação adquirida por meio do deputado Manoel Novais; construção do Grupo Escolar Getúlio Vargas (em convênio com o Estado da Bahia); construção do Fórum Duarte Moniz (lei 257/64 de 4/12/1964, com inauguração em 1966), situado na Rua Dr. Mário Meira, nº 79, hoje localizado em novo prédio, na Rua Rio de Contas, nº 3, bairro Nobre, com doação do terreno pela prefeitura municipal ao TRT da 5ª Região, para construção do novo fórum em Brumado, com área de 2.724,55 m²; abertura de várias ruas e avenidas, inclusive a Mestre Eufrásio (antigo campo de aviação), com distribuição de lotes para a classe menos favorecida; construção de estradas; pequenos açudes e pontes na zona rural; construção da Praça Coronel Santos em 1957, atual Praça Armindo Azevedo (através da Lei nº 331, de 26 de maio de 1967, no governo do prefeito Juracy Pires Gomes passa a chamar-se Praça Armindo Azevedo, transferindo o nome da Praça Coronel Santos para a “Rua de Conquista” que passou a chamar-se Avenida Coronel Santos); construção das capelas Nossa Senhora da Conceição no Esconso e Imaculada Conceição em Cristalândia; construção do Matadouro Municipal no bairro do Tanque, conforme Lei 319 de 13/12/1966; construção e conclusão da Barragem de Pedra e Cal, com comporta, sobre o Rio do Antônio, nas imediações da antiga ponte denominada “Ponte de Julião”, também conhecida com o nome de “Barraginha de Seu Armindo”, ligando o bairro São Félix ao centro da cidade; construção da ponte Virgílio da Costa Ataíde sobre o Rio do Antônio, no lugar denominado “Cachoeira”, iniciativa do vereador Beltrão Gomes Ataíde que homenageou o seu pai.

Em 1967, ao concluir o seu mandato, transmitiu o governo ao seu sucessor Dr. Juracy Pires Gomes para o período de 1967-1971, na mais perfeita ordem pública e tranquilidade. Este foi eleito para mais dois mandatos 1973-1977 e de 1983-1989.

Ressalte-se que o prefeito Eduardo Lima Vasconcelos, em 29/12/2012, homenageou o ex-prefeito Armindo dos Santos Azevedo, erigindo o busto deste, acoplado a um pedestal recoberto de granito, na praça que leva o seu nome, com aplausos de familiares e convidados.

A vereadora Esther Trindade Serra, autorizada pela família enlutada, falou da morte prematura de que foi vítima o ex-prefeito Armindo dos Santos Azevedo e o seu filho Sálvio dos Santos Azevedo e mais dois passageiros do veículo sinistrado. O desastre rodoviário se deu no dia 17 de abril de 1967, na estrada Brumado-Itabuna, no lugar denominado “Pilãozinho”, no município de Itapetinga. Houve uma comoção geral na cidade, porquanto Armindo dos Santos Azevedo era uma liderança querida e respeitada no município de Brumado.

 Foi decretado pelo prefeito em exercício luto oficial de cinco dias. Foram apresentadas moções de pesar destacando as qualidades do ex-prefeito como homem digno, probo, eficiente, homem público simples, amigo do povo. Cidadão de virtudes cívicas e morais irrepreensíveis, além de chefe de família exemplar. Todas essas qualidades foram exaltadas pelo presidente da Casa e os demais vereadores, inclusive pelos adversários políticos.

 Nominaram na Vila Presidente Vargas em 29 de abril de 1998 a Escola Armindo dos Santos Azevedo.

PRONUNCIAMENTOS:

Geraldo Leite Azevedo: Armindo foi um tio muito atencioso, gostava muito de mim, fazia questão de me ouvir falar sobre qualquer assunto e até franqueou a palavra para eu discursar na ocasião festiva (em almoço comemorativo com lideranças políticas locais e estaduais, deputados, juízes e desembargadores), após a inauguração do Fórum Duarte Moniz. Foi, sem dúvida, um grande homem, um grande prefeito e, certamente, a maior e mais respeitável liderança política da história de Brumado.

Evan dos Santos Azevedo: Em 1962, Armindo dos Santos Azevedo, Tio Mindo, como o tratava, foi candidato a prefeito de Brumado em seu terceiro mandato para o período de 1963 até 1967 e eu fui candidato a vereador. Ele elegeu-se, e eu fiquei na primeira suplência. Em 1963, Dona Theodolinda de Souza Revenster (Dona Dolinda), então tesoureira da prefeitura, aposentou-se. Para substituí-la, fui convidado pelo prefeito Armindo. Assumi a tesouraria, permanecendo aí até meados de 1965. Quando faleceu o vereador Miguel Mirante (PR), eu era o substituto legal. Naquela oportunidade, dirigi-me ao prefeito e perguntei-lhe onde eu seria de maior utilidade para ele: como vereador ou como tesoureiro? O gestor foi enfático: “Você deve permanecer na tesouraria”. Renunciei ao mandato e, em meu lugar, assumiu o segundo suplente, senhor Gonçalo Pedro da Silva. Fui fiel ao prefeito, renunciando ao mandato, permanecendo na tesouraria, que era a menina dos olhos do alcaide, o qual nos confiou essa missão que cumpri com seriedade e honestidade, como queria o prefeito Armindo dos Santos Azevedo, e era a nossa obrigação profissional, agir em cumprimento da lei.

Continuando, Evan ainda relatou: Tio Mindo era um político muito espirituoso e tinha ampla visão das questões políticas locais, conhecia como ninguém os meandros e os bastidores que envolviam a política do município. Na linguagem popular, era o que se chama de “Raposa política”.

Nesse contexto, conto um acontecimento ocorrido na campanha de 1962. Eram candidatos a prefeito de Brumado Armindo dos Santos Azevedo pela legenda do (PR), Dr. José Borges Sampaio pelo (PSD) e Jair Cotrim Rizério pela (UDN). Fui autorizado a propor a Armindo uma aliança política no sentido de a UDN local apoiá-lo. Ocorre que Armindo, ao tomar conhecimento do fato, não aceitou a proposta. Preferiu enfrentar os concorrentes, pois, na sua visão, tinha chance de se eleger sem o apoio da UDN. Resultou que, no pleito, Armindo ganhou as eleições com 58 votos de frente para o Dr. José Borges Sampaio (PSD).


Antonio Novais Torres
antorres@terra.com.br

Brumado, em 29/12/2012. 

ARLINDO MAGNO STANCHI - MÉDICO

BIOGRAFIA DE DR. ARLINDO MAGNO STANCHI
E ANA LÚCIA SIMAS STANCHI

Arlindo Magno Stanchi nasceu em Pojuca/BA, no dia 06 de abril de 1934. Era filho de Júlio Magno Stanchi e Alice de Araújo Marques Stanchi.
Foi criado em Salvador, onde cursou o primário na Escola Castro Alves e posteriormente encaminhou-se para os estudos superiores. Prestou vestibular em 1958. Formou-se na Faculdade de Medicina da Universidade da Bahia em 06/12/1963, com carteira profissional médica do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia nº 1.794 e foi inscrito no CREMEB sob o nº 1828, na data de 17/03/1965.
Casou-se com a também médica Ana Lúcia Simas, natural de Salvador/BA, nascida em 31 de maio de 1937, filha de Herval Caldas Simas e Ramalha Caldas Simas. Após o casamento, ela acrescentou ao nome o sobrenome Stanchi do marido, passando a assinar Ana Lúcia Simas Stanchi. Dessa união, nasceram as filhas: Katia Simas Stanchi, natural de Livramento de Nossa Senhora, nascida em 08/05/1965 e Tatiana Simas Stanchi, nascida em Salvador, no dia 19 de julho de 1967.
Ana Lúcia é inscrita no CREMEB com o nº 1963, desde 23/12/1966. Exerce as funções de Ginecologista e clínica geral. Formou-se na Universidade Federal da Bahia, em 06/12/1963 e fez Residência em Ginecologia na Maternidade Climério Oliveira. Atendia, em Brumado, no Posto de Saúde, no consultório particular na Rua Dr. Mário Meira, 54 e nas residências quando chamada. Atendeu por algum tempo em Aracatu. Por motivo de saúde, mudou-se para Salvador, onde residem as filhas.
Em Salvador, Arlindo exerceu atividades de medicina: como interno e estagiário concursado, na Maternidade Tsylla Balbino, nos anos de 1960/1962 e 1962/1964 respectivamente; interno nomeado pela Prefeitura Municipal de Salvador, para o Posto de Hidratação Dr. Virgílio de Carvalho, bairro Massaranduba, de 1961 a 1964; atendente interno para servir no Hospital Manoel Vitorino, no período de 1962 a 1964; contratado da LBA – Legião Brasileira de Assistência – para servir durante o ano de 1961, no serviço de Reidratação Infantil; interno do Hospital Getúlio Vargas (Pronto Socorro), nos anos de 1960 a 1963; estagiário da Maternidade Climério Oliveira, nos anos de 1962 a 1963; Estagiário do Hospital Edgard Santos (Hospital das Clínicas), nos anos de 1960 a 1963; estagiário do Hospital Juliano Moreira (Manicômio Judiciário) nos anos de 1962 a 1963; estagiário do Hospital São Jorge, em 1961/1963; estagiário do Instituto de Medicina Legal Nina Rodrigues (IML), nos anos de 1962 e 1963; participante do V curso de Medicina e Cirurgia de Urgência promovido pela Associação Bahiana de Medicina, no período de 03 a 31/07/1963; participante do curso de Obstetrícia da Maternidade Tsylla Balbino no período de 1961 a 1963.
 Exerceu inicialmente a profissão em Livramento de Nossa Senhora, nomeado e designado para o Posto de Saúde e médico responsável pela Unidade Sanitária de Livramento no período de 01/04/1965 a 27/06/67. Em 1967, foi transferido para Brumado, onde fixou residência. Foi médico chefe do Posto de Saúde de Brumado de 27/06/1967 a 20/01/70; médico responsável pela Unidade Sanitária a partir de 27/06/1967; em 1984, foi contratado pela Secretaria da Saúde da Bahia para servir no Hospital Regional Professor Dr. Magalhães Neto (19ª DIRES BRUMADO), servindo como médico plantonista até 1987 e, a partir dessa data, exerceu a chefia da Clínica Obstetrícia.
TITULAÇÕES: certificado de participação do VI Treinamento Intensivo de Pessoal em Tuberculose, pelo Centro de Treinamento da FUSEB, de 30/11 a 02/12/78; certificado de participação do Seminário Regional para Assuntos de Saúde, pelo Centro de Treinamento da FUSEB, de 23 a 24/01/1979; certificado de participação de Treinamento de Tuberculose, pelo Centro de treinamento da FUSEB, de 08 a 10/04/81; certificado de participação do I Simpósio Médico de Caetité, realizado pelo Hospital e Maternidade Santana de Caetité, em 21/07/1984; certificado do Programa de Atualização Médica, patrocinado pelo ISEB nos dias 19 e 20/04/1985; certificado de participação do Encontro de Médicos e Supervisores sobre vacinação, patrocinado pelo ISEB em 25/05/1984; certificado de participação do Curso de Formação para Multiplicadores da Área de Controle de Hanseníase no período de 09 a 13/11/1987, pelo INAMPS; membro colaborador da Revista Profissional e Cultural, Médico Moderno, a partir de janeiro de 1966; membro colaborador da Revista Profissional e Cultural PEDIATRA MODERNO, a partir de 1966.
ESPECIALIZAÇÃO: Certificado de Especialista em Medicina Interna conferido pelo Conselho Federal de Medicina em 13/04/1984; registrado no Conselho Regional de Medicina nas especialidades: Pediatria, Medicina Interna, Ginecologia e Obstetrícia.
Foi colaborador do Jornal local Tribuna do Sertão, na coluna Nossos Poetas, com circulação em várias cidades do Sudoeste baiano. Foi médico, poeta, escritor e articulista eclético. Compôs o Hino para Brumado, com música de Wilson Cai-Cai, em 17/08/1993, que pretendia ser o hino oficial do município. Foi membro colaborador da Fundação Hospitalar de Brumado desde a sua formação. Foi nomeado Conselheiro da Fundação Hospitalar de Brumado em agosto de 1981. Foi Presidente eleito para a Fundação Hospitalar de Brumado, no período de 1981 a 1986, oportunidade em que repassou o hospital para a administração do Governo do Estado da Bahia, que o remodelou, reestruturou e ampliou.
Desde junho de 1967, propugnou ao Estado da Bahia a implantação da Diretoria de Saúde de Brumado (DIRES), solicitação atendida em 1984, após 17 anos de luta, passando a funcionar em 1985; conseguiu com o Secretário da Saúde, Dr. Ubaldo Dantas, no Governo de Roberto Santos, a ampliação do Posto de Saúde, transformando-o em Centro de Saúde, ampliando o atendimento com novos serviços: vacinações, pré-natal, enfermagem, puericultura, tratamento de Tuberculose, educação sanitária, vigilância sanitária e ampliação do quadro de funcionários; conseguiu, em convênio com a Prefeitura Municipal e o Governo Roberto Santos, a construção de seis Postos de Saúde (Arrecife, Cristalândia, Itaquaraí, Samambaia, Ubiraçaba, Umburanas).
Em 1967, ao chegar a Brumado, com a ajuda e dedicação dos enfermeiros práticos Manoel Araújo Lima, Jeremias Lima e Dejaniro Leite, debelou a Varíola epidêmica que assolava o município com vacinação em massa, obtendo êxito de um trabalho difícil para a erradicação da epidemia. Em 1975, erradicou a Meningite que grassava por aqui. Conseguiu, com o PONAS-INAN, por 15 anos, o Programa de Complementação Alimentar para Gestantes e Crianças; Desde 1967, no Governo Médici, conseguiu medicação para o Centro de Saúde, incluindo Brumado na Central de Medicamentos (CEME); Erradicou, a partir de 1967, a Poliomielite, a Coqueluche, a Difteria e outras doenças por meio da realização de uma série de vacinações.
Era credenciado de várias entidades: DENOCS (1967), CASSI (1971), CAMUP (1973), IAPSEB (1982), PLANSERV/SESEF (1994), OAB (1994).
Foi sócio fundador, vice-presidente e 2º presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas e Idosos de Brumado. Era sócio proprietário do Clube Social Cultural e Recreativo de Brumado desde 1973. Em 1976, foi interventor do Clube Cultural Social Recreativo de Brumado, quando formou um grupo e constituiu diretoria provisória, destituindo o presidente Florisvaldo Nascimento. Foi eleito presidente do Conselho Fiscal durante o período da intervenção; em 1976, foi eleito vice-presidente do Clube, cargo exercido de 1976 a 1978. Na qualidade de vice-presidente, foi idealizador da construção das piscinas e avalizou, como pessoa física, o empréstimo para a construção da obra. Depois foi eleito presidente do Conselho Deliberativo para o exercício 78/80. Interrompeu o cargo para exercer o ofício de presidente do Clube nos anos de 1980/1982.
Como presidente do Clube Social, incentivou todos os setores com incontáveis realizações: bailes memoráveis com orquestras famosas da Bahia. Brindes e prêmios para as melhores fantasias do Carnaval. Ampliou o quadro social, multiplicando o número de associados. Promoveu diversos esportes, como natação, handebol, futebol de campo, Judô, Caratê, voleibol, futebol de salão. Realizou torneios com a devida premiação aos campeões vencedores. Foi a fase áurea do clube Social. Devido a sua competente administração, foi agraciado com o título de Sócio Honorário (1983), na gestão de Roberto Malavasi, e Sócio Remido (1985) na gestão de Lúcio Carlos Cruz dos Santos, pelos relevantes serviços prestados.
PARTICIPAÇÃO NO ESPORTE: Foi agraciado como sócio e Patrono do Real Atlético de Futebol e posteriormente eleito Diretor do Conselho Deliberativo do Clube.
Integrou-se à sociedade brumadense como profissional competente e como cidadão social, praticando atitudes dignificantes ao ser humano. Destarte recebeu da Câmara Municipal homenagem por meio do Projeto de Resolução 01/88, de autoria do vereador Osmar de Souza Moura, em 27/12/1991, outorgando-lhe o título de cidadão brumadense com votação unanime da Câmara de Vereadores. O título de cidadão brumadense ao médico Arlindo Magno Stanchi foi justificado pelos relevantes serviços prestados à comunidade brumadense no campo médico, social e cultural. Empresário, entrou no comércio de Agropecuarista, sendo proprietário de uma fazenda no município de Brumado de 28/11/78 a 18/04/94, quando foi vendida.
Em 1976, no concurso “RIDEL” de Poesia, recebeu menção da Academia de Letras Militar do Brasil com o diploma “Menção Especial”. Também, em 1996, foi recepcionado com “Menção Honrosa” pela Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – SOBRAMES, classificado em 5º lugar. Faz versos e poemas desde a idade de oito anos. Era uma personagem com bagagem cultural diversificada. Costumava dizer: “É preciso ler para aprender”.
Em 13/02/1993, participou da 2ª Vitrina Cultural do Município de Rio do Antônio/BA e recebeu o diploma de participante. Entre 19/06/1993 e 07/08/1993, elaborou e ministrou o 1º Concurso de Regras Básicas da Poesia a uma turma de dezesseis alunos no Colégio Estadual de Brumado e forneceu certificado de conclusão do curso aos participantes em seção solene e um recital de poesias, do qual participaram os alunos do curso com a presença de espectadores e convidados.
OBRAS PUBLICADAS E A PUBLICAR: Lágrimas do Coração, 1956 (sonetos); Cios do Amor, 1990 (sonetos); Sussurros D’Alma, 1996 (sonetos); Filhos da Terra, 1996 (sonetos – participação) com o patrocínio da Diretoria Municipal de Educação e Cultura (DEMEC); Seis coroas de sonetos; Pétalas de amor (sonetos); Brilhantes Cintilantes (sonetos); Gemidos dos sentimentos (sonetos de amor): A Musa canta (sonetos); Canteiro de reminiscência (sonetos); Suspiros infinitos (poemas); Retrato de Mulheres; Do Âmago do consciente (sonetos); Inerência a dois (Epopeia ao amor); A Liberdade: um sonho que não morreu (crônicas); A existência de Deus (crônica).
Afirma no soneto Gênio da Poética: “A poética está dentro de mim, /Fervendo como água borbulhante;/Num impulso intrépido, sem fim,/Vai inchando o meu cérebro gigante [...] ”. E arremata com o soneto Soneteiro Superfino: “Sei que jamais serei um Castro Alves,/Tampouco Machado de Assis./Rogo, apenas, que meus sonetos salves,/Co’os tis nos as e os pontos nos is.//Nas publicações, quero que ressalves,/Que ninguém plagiei. Dou alguns bis./Dize aos Bilaques, fala aos Gonçalves,/Que exoro São Francisco de Assis.//Sei que sou soneteiro superfino!/Faço versos de todas as maneiras./Comecei a escandi-los bem menino./Na poética, bendigo as companheiras.../Compor versos não é hobby, é destino./Minhas musas são magas feiticeiras”.
Segundo declarações feitas no soneto O Dia da primeira comunhão: “[...] Jamais senti alegria tão sentida. /Ah! O dia da primeira comunhão/Foi o dia mais feliz da minha vida!”. É católico de coração. Teve participação ativa nessas áreas e, na qualidade de médico, deu a sua contribuição caritativa aos necessitados de seus préstimos profissionais.
O médico enfatiza no soneto Divina Profissão, também publicado no livro Sussurros D’alma: “Depois de Longos anos de estudo,/Consegui diplomar-me em Medicina./Da mesma fiz mito, meu escudo,/Por ela minha vida peregrina.//Na arte-de-curar, faço de tudo,/Emprego o que a ciência me ensina./É’stafante ser médico, contudo,/Dia a dia mais me engajo na rotina//O trabalho consiste em suspeitas,/Consultas, cirurgias e receitas,/No intuito de banir o mal... a dor...//Buscando o melhor pro paciente,/Procuro ser honesto, competente,/Todo Divinal. Como vós, Senhor!”.
Doutor Arlindo Stanchi especializou-se em fazer sonetos. Em sua conta, já produziu mais de dois mil, publicados e a publicar. Isso o credencia na arte de poetar como versejador sem igual, o que o envaidecia sobremaneira. Publicou vários poemas nos jornais A TARDE e Jornal da Bahia (1950), A Tribuna do Sertão, como colaborador da coluna Nossos Poetas, com sonetos, poemas e textos em prosa, contribuindo com seus textos literários para a cultura de Brumado e região.
EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS EXTRAMEDICINA: escriturário da firma D. Villas-Boas Ltda. de agosto/1949 a dezembro de 1949; escriturário da firma Armando Ferreira e Cia (Loja Duas Américas) em Salvador, de dezembro de 1949 a fevereiro de 1952; renovador e cobrador de Seguros da Cia. Internacional de Seguros de Salvador/BA, de agosto de 1952 até fevereiro de 1953; auxiliar de escritório do Departamento de Comunicação da PANAIR do Brasil S.A., de setembro/1953 até julho de 1961, servindo no Aeroporto 2 de Julho; agropecuarista com fazenda no município de Brumado de 28/11/1978 até 18/04/1994, dia em que foi vendida.
 CURSOS EXTRAMEDICINA: curso de conversação em Inglês no Instituto de Idiomas Yázigi, com diplomação em 09/06/1959; curso de Rádio Técnico do Instituto Monitor (São Paulo, capital), com diplomação em 31/01/1953.
Dr. Arlindo faleceu em sua residência em Brumado, em 28/01/1999, com 64 anos de idade. Foi declarante do óbito a médica Carla Maria Pereira Santos e assistido pelo médico Marlúcio Rodrigues Abreu, CRM 3799. Está inumado no cemitério municipal Jardim Santa Inês.
Arlindo Magno Stanchi deve ser reverenciado e homenageado pelas entidades culturais do município de Brumado pelo seu trabalho em prol da cultura brumadense e também como médico, profissional que atuou na comunidade brumadense com desvelo e sentimentos caritativos. Como cidadão, exerceu vários cargos que o dignificaram pela atuação correta e competente de homem simples e honesto. Esta biografia foi feita em homenagem póstuma ao poeta soneteiro Arlindo Stanchi, por tudo que realizou e produziu.

FONTES DE PESQUISA:
·       CURRÍCULO DO AUTOR COM OS SEGUINTES DETALHES: pré-graduação, graduação, titulação, especialização, participação em entidades médicas, credenciamentos, participação social, participação no esporte, participação cultural e literária, participação jornalística, participação médico-profissional, participação na medicina legal, participação militar, participação sanitária, registros em entidades associativas de classe, entidades associativas culturais e recreativas, cargos de direção; experiência profissional;
·       Arquivo Histórico Municipal Memória de Brumado, com a colaboração da senhora Maria de Lourdes Santos, funcionária do setor;
·       Diversos livros publicados,  do autor.

Antonio Novais Torres
antorres@terra.com.br
Brumado, em 26/10/2013.